O dólar no mercado à vista fechou em alta pela terceira sessão consecutiva,
acumulando ganho de 2,80% no balcão no período. O Banco Central ficou ausente
das mesas de câmbio hoje, após nove sessões seguidas em que a autoridade
monetária e o ministério da Fazenda atuaram fortemente por meio de leilões diários
e do anúncio de medidas cambiais.
No fechamento, a moeda à vista no balcão subiu 1,38%, a R$ 1,760, maior valor
desde 19 de janeiro, quando fechou cotado a R$ 1,7670. O resultado assegurou
uma valorização de 2,56% em março e reduziu a perda acumulada pela moeda no
ano para 5,83%. Na BM&F, o dólar spot encerrou com avanço de 1,43%, a R$
1,7601.
O avanço de preço hoje ficou em linha com a valorização generalizada da divisa
norte-americana no exterior em meio ao sentimento de aversão ao risco que
derrubou os preços de commodities e as bolsas de valores pelo mundo, inclusive no
Brasil. De outro lado, a reafirmação, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, do
aviso recente feito pela presidente Dilma Rousseff de que o governo continuará a
adotar medidas cambiais tanto no mercado futuro de derivativos quanto no
mercado à vista para aumentar a competitividade do País contribuiu para ampliar a
valorização local da moeda norte-americana. Mantega advertiu que “o arsenal é
infinito”.
A proximidade do prazo final, na próxima quinta-feira, para a confirmação pelos
credores privados da Grécia de adesão ao processo de reestruturação da dívida do
país e preocupações com os efeitos no mundo do corte nas previsões de
crescimento da China este ano para 7,5% voltaram a pesar negativamente,
gerando apreensão nos mercados.
Além disso, a contração de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro no quarto trimestre do ano passado, em comparação com o trimestre anterior, alimentou a desconfiança sobre a capacidade da região de sair da crise. Aqui, a economia brasileira cresceu 0,3% no quarto trimestre de 2011 ante o trimestre anterior, resultando em uma expansão de 2,7% do PIB no ano passado, que ficou dentro das previsões dos economistas. (Estado S.Paulo)
H.Commcor