15/04/2011 – SÃO PAULO – Depois de um começo de pregão morno, os vendedores tomaram a dianteira no mercado de câmbio local e seguem pautando a formação de preço.
Por volta das 13 horas, o dólar comercial apontava queda de 0,37%, a R$ 1,574 na venda. Na mínima, a moeda foi a R$ 1,573, testando preços não vistos desde o começo de agosto de 2008. O giro estimado para o interbancário estava em US$ 1,2 bilhão.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar para maio registrava queda de 0,28%, a R$ 1,5755.
Ao contrário do registrado ontem, o câmbio externo não parece influir na formação de preço. Dados positivos sobre a economia americana dão alguma sustentação do Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, que subia 0,20%, a 74,83 pontos.
Já o euro ajusta para baixo, conforme cresce a preocupação com a dívida da Grécia e a inflação ao consumidor volta a surpreender para cima. Há pouco, a moeda comum europeia recuava 0,30%, a R$ 1,443.
Ainda no exterior, mas com impacto no mercado doméstico, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse que o Brasil está “no meio de um ciclo de aperto monetário”.
“Estamos trabalhando pela estabilidade monetária, estamos no meio de um ciclo de aperto monetário no Brasil”, disse Tombini, em discurso em Washington. “Estamos apertando as condições monetárias, ao mesmo tempo que lidamos com os efeitos diretos e indiretos desses fluxos globais de capital.”
As frases foram vistas como uma indicação de mais aumentos de juros. Vale lembrar que na próximo semana o Comitê de Política Monetária (Copom) está reunido e ainda não há consenso sobre alta de 0,25 ponto ou meio ponto no juro básico, que está em 11,75%.
Também em Washington, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que os investidores entenderam mal seus comentários sobre serem inevitáveis os ganhos cambiais e que os formuladores de política monetária vão continuar tomando medidas para lidar com a entrada de capitais.
(Eduardo Campos | Valor)