SÃO PAULO – Depois de começar o dia em baixa e fazer mínima a R$ 1,752, o dólar comercial mudou de direção e segue operando em alta contra o real. Por volta das 13h20, o dólar comercial apresentava valorização de 0,28%, a R$ 1,765 na venda.
Já no mercado futuro, o dólar com vencimento em setembro, negociado na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM & F), subia 0,39%, a R$ 1,767, depois de cair a R$ 1,754.
A virada de mão não foi exclusividade do câmbio local. Bolsas, commodities e euro também passaram por súbita reversão de tendência.
No câmbio externo, o euro caía ante o dólar, voltando a ser negociado na casa de US$ 1,26, depois de valer mais de US$ 1,27. Entre as commodities, o WTI também mudou de lado e caía mais de 1%, para a linha de US$ 73,00 o barril.
Nas bolsas americanas, o Dow Jones volta a ensaiar alta, ganhando 0,09%, mas o Nasdaq ainda perdia 0,38%. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) recuava 0,15%, depois de subir 0,75%.
O VIX, índice que mede a volatilidade das opções do mercado americano e é visto como um termômetro do medo do mercado, também mudou de rumo e passou a subir 0,16%, para a linha dos 25,5 pontos.
De volta ao mercado local, o Banco Central (BC) mostrou que a conta de transações correntes do Balanço de Pagamentos brasileiro apresentou déficit de US$ 28,26 bilhões no acumulado de janeiro a julho, ou 2,51% do Produto Interno Bruto (PIB). O montante já supera todo o déficit registrado em 2009, de US$ 24,302 bilhões.
Somente em julho, houve déficit de US$ 4,49 bilhões na conta corrente. O resultado foi menor do que o apurado um mês antes, quando o déficit marcou US$ 5,18 bilhões. Em julho do ano passado, o déficit correspondeu a US$ 1,62 bilhão.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, mantém a expectativa de que o déficit projetado de US$ 49 bilhões para 2010 \”será financiado com folga\”.
Segundo Lopes, o financiamento será feito por meio de investimentos externos diretos e por empréstimos de médio e longo prazos.
O BC também mostrou que a entrada de investimentos externos diretos (IED) líquidos no país somou US$ 2,643 bilhões em julho, resultado superior ao esperado pela própria autoridade monetária, que era de US$ 2 bilhões.
Já o Balanço de Pagamentos foi superavitário em US$ 1,845 bilhão em julho. Esse montante é resultado de ingresso de US$ 6,648 bilhões na conta de capital e financeira e déficit de US$ 4,49 bilhões na conta corrente.
O BC também atualizou os dados sobre o fluxo cambial no mês de agosto. Até a última quinta-feira, dia 19, o resultado era positivo e US$ 988 milhões. O que sugere uma saída de mais de US$ 1,3 bilhão em quatro dias úteis, pois no acumulado do mês até o dia 13, o saldo estava positivo em US$ 2,36 bilhões.
Já as atuações do BC no mercado à vista, enxugaram US$ 2,69 bilhões em agosto até o dia 19. Com isso, temos que o saldo efetivo do mercado de câmbio está negativo em US$ 1,7 bilhão.
Como o BC voltou a comprar mais dólares do que o fluxo, não é surpresa que os bancos tenham voltado a aumenta a posição vendida no mercado à vista. Até o dia 19, o montante vendido estava em US$ 11,98 bilhões, contra US$ 10 bilhões registrados ao fim de julho.
(Eduardo Campos | Valor)