Dólar respeita piso de R$ 2,20
Por José de Castro e Silvia Rosa | De São Paulo
A venda de quase US$ 500 milhões em swaps cambiais tradicionais pelo Banco Central novamente foi decisiva para garantir um viés de queda para o dólar ante o real na terça-feira, num movimento que foi respaldado ainda pela desvalorização da moeda americana ante outras divisas emergentes.
A sessão foi marcada por oscilações moderadas e fluxo fraco, com o mercado adotando posições mais conservadoras em meio ao impasse fiscal nos EUA e antes da decisão sobre o juro básico no Brasil e da divulgação da ata da última reunião de política monetária do Fed (BC dos EUA).
No fechamento, o dólar comercial recuou 0,18%, cotado a R$ 2,2050. O dólar futuro para o mês de novembro subiu 0,29%, para R$ 2,2245.
Para o diretor de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira, contudo, apenas uma mudança de tom do BC poderia impactar o dólar. “O [dólar] futuro já precifica um aumento da Selic a 9,50% amanhã [hoje]. Só se o BC der sinais de que vai estender o aperto monetário ou interrompê-lo agora é que vamos ver algum impacto mais relevante no dólar”, diz.
Na visão do operador de câmbio de um grande banco nacional, o dólar tende a continuar operando perto de R$ 2,20 enquanto a situação fiscal americana não for definida. Ele ressalva, no entanto, que o viés para o dólar no Brasil acaba sendo de ligeira baixa devido às injeções diárias de liquidez pelo BC. “O mercado vê isso [a intervenção] como uma chance de fazer giro e, como o swap simula uma colocação de dólar no futuro, o mercado acaba vendendo moeda”, diz.