SÃO PAULO – A alta da moeda americana se acentuou nos negócios desta quarta-feira. O movimento pode ser explicado por um ajuste, já que a divisa encerrou o dia ontem com recuo de 0,67% e testou a barreira psicológica dos R$ 1,75, e por uma postura mais defensiva do mercado, que aguarda dados sobre a economia chinesa. Há pouco, o dólar comercial valia R$ 1,763 na compra e R$ 1,765 na venda, valorização de 0,68%. No mercado futuro, o contrato de agosto negociado na BM & F operava com alta de 0,36%, cotado a R$ 1,768. O dólar também está sendo influenciado pela queda de 0,5% das vendas no varejo dos Estados Unidos em junho, conforme mostrou o Departamento do Comércio dos EUA. O resultado surpreendeu o mercado, que esperava um declínio menos acentuado, de 0,3%.
Quanto aos dados chineses, hoje à noite será conhecido o Produto Interno Bruto (PIB), que deve apontar crescimento de 10,5%. Além disso, serão divulgados os resultados de vendas no varejo, da produção industrial e dos índices de preços no atacado e varejo.
\”Se os números chineses vierem ruins, aumentará a aversão ao risco e o mercado vai fugir para o dólar\”, explicou o economista-chefe da Prosper Corretora, Eduardo Velho.
Segundo ele, a expectativa é de que a inflação na China suba, mas não muito. Em caso de alta acima do esperado, o entendimento é que o governo chinês elevará a taxa de juros básica, o que pressionará o dólar para cima. \”A grande ameaça de inflação vem do mercado imobiliário chinês\”, disse.
(Karin Sato | Valor)