Dolar fraco reduz valorização do café
Os produtores de café estão satisfeitos. Finalmente a commodity atingiu o que antes era considerado um sonho: a valorização da saca a um custo de mais de US$100. Mas, por outro lado, estão começando a se preocupar com a desvalorização da moeda americana, que deprecia o produto nacional no comércio exterior. Por conta disso, apesar da vitória, não pensam em expandir a área plantada. “A tendência agora é começar a agregar valor ao produto. Nosso foco atual é produzir cafés melhores para pegar uma fatia desse mercado que remunera bem mais”, disse o presidente da Associação de Produtores de café da Bahia e proprietário da Agricafé, Silvio Leite.
O café do oeste baiano é de média e alta qualidade. Encorpado e doce, é considerado a alma e o coração do café tipo expresso. A saca de um café especial custa, em média, 15% a mais que a saca do café comum e, às vezes, até o triplo do preço, caso dos cafés finos utilizados em concursos para promover as empresas fabricantes. “Estamos apostando na qualidade e não na quantidade”, afirma. Quanto ao melhor café da Bahia, ele afirma que é originado de regiões da Chapada Diamantina.
O oeste, que concentra de 70 a 80 produtores, é responsável por 600 mil das 2,5 milhões de sacas produzidas anualmente no país, o que representa 5% da produção nacional. Vale ressaltar que a Bahia briga pelo quarto lugar no ranking dos maiores produtores de café do país, disputando a posição com o Paraná e com Roraima. O primeiro lugar é de Minas Gerais, seguido do Espírito Santo e de São Paulo.
E a boa notícia no segmento de cafés especiais é a expansão do consumo no mercado interno. De acordo com Leite, esse fato muito tem motivado os produtores, que antes focalizavam o produto requintado basicamente para o mercado externo. Cada vez mais exigentes, os consumidores brasileiros estão optando por artigos mais qualificados sempre que a condição permite. “O mercado interno está se expandindo muito. Principalmente estados do Sul e Sudeste estão consumindo cafés mais nobres. Mas há também compradores no Nordeste e nas demais regiões”, detalha.