Dólar fecha acima dos R$ 2,00 e já sobe 7% no ano

DO VALOR, EM SÃO PAULO


O dólar comercial marca novo pregão de alta ante o real ao subir 0,6% e fecha a R$ 2,002, maior preço desde o começo de julho de 2009. No mês, o preço da moeda americana sobe 4,98% e em 2012 a valorização é de 7,12%.


Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar para junho tinha valorização de 0,22%, a R$ 2,008, após máxima a R$ 2,0115. Também na BM&F, o dólar pronto encerrou com alta de 0,49%, a R$ 2,0. O giro do dia foi de US$ 92,25 milhões.


A demanda por moeda segue como fenômeno mundial, conforme a aversão ao risco cresce, as bolsas caem e as commodities perdem valor. A Grécia continua sendo apontada como O centro das incertezas. As negociações partidárias falharam e o país deve ter novas eleições.


Segundo o vice-presidente de tesouraria do Banco WestLB, Ures Folchini, agora é o cenário externo que manda na formação de preço do câmbio. O que não existe mais, com elevada certeza, é dólar no patamar de R$ 1,50 e R$ 1,60.


Na visão do especialista, no entanto, o comportamento do dólar não é exclusividade da cena externa. As intervenções do governo reduziram o número de participantes no mercado via aumento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). E ao mudar o modo de atuação no mercado à vista, o governo e o Banco Central nitidamente procuraram um patamar maior para a cotação.


Colocando de outra forma, a alta do dólar por fatores externos começou de um patamar mais alto em função da postura do governo.


Soma-se a isso, diz Folchini, a afirmação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o dólar a R$ 2,00 não preocupa o governo. De fato, essa valorização da moeda americana é benéfica para a economia, na visão do ministro.


“Sempre voltamos àquela história. O governo quer crescimento e emprego. A inflação é importante, mas não é tema prioritário”, diz o tesoureiro.


Para Folchini, uma atuação do BC na ponta de venda de dólar só deve acontecer se o dólar subir de forma muito rápida. Caso contrário, o mercado vai continuar caminhando sozinho.


No mercado externo, o euro marca novo pregão de baixa e cai 0,72%, para US$ 1,273, menor preço desde janeiro. Na mão contrária, o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, completa o 12º pregão seguido de alta ao subir 0,69%, para 81,25 pontos. Tal sequência de alta é a maior já registrada pelo indicador.


Ilustrando a aversão ao risco, o VIX, índice que mede a volatilidade das opções no mercado americano e é visto como um termômetro do medo do mercado, subiu 1,23%, para 22,14 pontos. Uma das maiores leituras do ano.


 

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