08/07/2011 – 16h44 / Atualizada 08/07/2011 – 16h50
Do UOL Economia, em São Paulo
O dólar comercial fechou em alta nesta sexta-feira (8). A moeda norte-americana subiu 0,51%, cotada a R$ 1,565 na venda. Com isso, o a moeda norte-americana se afastou das mínimas em 12 anos, em um dia de intervenção também mais firme do Banco Central. No acumulado da semana, a valorização foi de 0,45%.
A alta foi sustentada pela decepção com o relatório de emprego dos Estados Unidos, que mostrou criação de apenas 18 mil postos de trabalho no país em junho –20% do que era esperado. O mercado teme que a principal economia do mundo perca sustentação justamente no momento em que o Federal Reserve interrompe seu programa de estímulo.
No Brasil, a alta foi acelerada pela intervenção do Banco Central, que pela primeira vez desde março fez um leilão de swap cambial reverso sem o objetivo de rolar contratos em vencimento. Além da operação, que funciona como uma compra no mercado futuro, o BC fez dois leilões no mercado à vista.
O swap cambial reverso é um derivativo com efeito equivalente a uma compra de dólar futuro pelo BC.
Os leilões dos últimos meses, em vez de acrescentar papéis no mercado, tinham o objetivo de rolar contratos em vencimento.
Aposta recorde de estrangeiros no futuro
A atuação busca aliviar parte da oferta de dólares no mercado futuro, em que os investidores estrangeiros acumulam posições vendidas de mais de US$ 24 bilhões. Essas posições servem como uma aposta a favor da queda do dólar e têm sido responsáveis, em parte, pela queda da moeda norte-americana aos menores níveis desde 1999.
O leilão, porém, repetiu o resultado das últimas operações e não teve colocação integral dos swaps. De acordo com operadores, o consenso de mercado era por taxas de juros próximas a 3,2%, mas o BC somente aceitou pagar cerca de 2,8%.
“Se ele ‘raspa’ a qualquer taxa, nos próximos o mercado ia abusar”, disse à Reuters o operador de derivativos de uma corretora, que preferiu não ser identificado.
O rumo do dólar na próxima semana depende da reunião sobre o limite da dívida dos Estados Unidos, que acontece no domingo com o presidente Barack Obama e as principais lideranças do Congresso. O prazo para que o limite seja elevado e o país não entre em moratória é 2 de agosto.
“Se entrarem num acordo, o mercado pode ser diferente na segunda-feira, pode voltar ao modo de melhora de ontem. Daí, o que acontece com o dólar? O Banco Central pode ter uma resistência maior (para tentar frear a valorização do real). Porque hoje ele não teve resistência, o mercado estava do lado dele”, disse à Reuters Alfredo Barbutti, economista da BGC Liquidez.
(Com informações de Reuters)