25/02/10 às 17:48
Os mercados mundiais estão agitados com o novo capítulo da “novela” grega, em que as agências de “rating” (nota de risco de crédito) advertiram que a nota do país pode ser rebaixada. A notícia afeta os preços euro e, no mercado doméstico, contribui para a desvalorização do real contra o dólar.
A moeda americana ficou mais cara e encerrou o dia sendo negociada por R$ 1,831 (dólar comercial), o que representa um aumento de 0,27% sobre a cotação final de ontem. Durante o dia, os preços oscilaram entre o valor máximo de R$ 1,842 e o mínimo de R$ 1,829. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo atingiu R$ 1,950, em um acréscimo de 0,51%.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) valoriza 0,23%, aos 66.943 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,78 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York perde 0,95%.
A Grécia é um dos países da zona do euro em situação fiscal mais problemática, às voltas com uma pesada dívida pública (proporcionalmente às riquezas do país) e deficit nas contas externas. Investidores temem que os problemas gregos afetem as demais economias da região, já combalidas. Ontem, as agências Standard & Poor’s e Moody’s alertaram que “a nota” do país estava sob ameaça caso o governo local não consiga cumprir seu programa para reduzir o deficit das contas públicas.
Nos EUA, as notícias econômicas não ajudaram a reduzir o nervosismo sobre a economia global: os pedidos iniciais de auxílio-desemprego chegaram a quase 500 mil na semana passada. Trata-se de um influente termômetro do mercado de trabalho local.
Já no Brasil, as contas públicas tiveram o maior saldo positivo desde outubro do ano passado, na casa dos R$ 16,18 bilhões (dado de janeiro). A relação dívida/PIB, um indicador muito observado pelos mercados, melhorou, caindo de 42,9% em dezembro para 41,7% em janeiro.
O Banco Central entrou no mercado de câmbio às 15h39 (hora de Brasília), aceitando ofertas por R$ 1,8338 (taxa de corte).
Juros futuros
O mercado futuro de juros, que serve de referência para os juros bancários, aumentou novamente as taxas projetadas nos contratos mais negociadas.
Ontem à noite, o Banco Central divulgou portaria em que aumenta a parcela dos depósitos que os bancos são obrigados a recolher, de 13,5% para 15%. Como a própria autoridade monetária esclarece, trata-se de desmontar as medidas adotadas pelo governo para enfrentar a crise de 2008.
No contrato que aponta os juros para outubro de 2010, a taxa prevista subiu de 9,90% ao ano para 9,91%; no contrato de janeiro de 2011, a taxa projetada passou de 10,39% para 10,41%. Esses números ainda são preliminares e podem sofrer ajustes.
Fonte: Folha Online