Sexta-feira, 11 de dezembro de 2009, 18h08
Dólar fecha a R$ 1,75 e acumula alta de 1,7% na semana
SILVANA ROCHA
O dólar comercial recuou 0,62% hoje e fechou as negociações no mercado interbancário de câmbio cotado a R$ 1,755, mas na semana acumulou alta de 1,74%. No acumulado do mês, a taxa de câmbio apresenta-se praticamente estável (alta de 0,06%); no ano, o dólar registra queda de 24,84%. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, o dólar negociado à vista encerrou o pregão de hoje em baixa de 0,96% a R$ 1,757, acumulando no mês alta de 0,17% e no ano, queda de 24,04%.
A baixa do dólar hoje no mercado doméstico de câmbio foi na contramão da valorização da moeda no exterior, diante da divulgação de indicadores econômicos positivos nos Estados Unidos. Segundo um operador de câmbio de um banco estrangeiro, além da correção externa, o fato de as tesourarias de bancos e investidores estarem carregando grandes posições compradas por aqui ajudou a limitar de certa forma o recuo do dólar no mercado à vista, uma vez que perdas acentuadas não lhes favoreceriam.
De outro lado, ainda teve influência nos negócios hoje um operação de um banco de investimentos local de cerca de US$ 1,3 bilhão, realizada ontem no mercado de derivativos envolvendo opções e dólar futuro. De acordo com a mesma fonte do banco estrangeiro, esse player teria apostado na baixa do dólar, o que induziu hoje alguns investidores a reduzir parte de suas “posições compradas” (aposta na alta das cotações), contribuindo para o recuo da taxa. Como o fluxo cambial foi fraco e diminuíram um pouco os negócios com a moeda no exterior em razão de ser sexta-feira, afirmou o operador, as operações domésticas ficaram concentradas no giro diário (“day trade”).
À tarde, o Banco Central realizou o habitual leilão diário de compra de dólares. A taxa de corte das propostas encaminhadas pelas instituições financeiras hoje ficou em R$ 1,7593.
Dois indicadores da economia norte-americana divulgados hoje apontam uma tendência de crescimento no consumo – força motriz da economia dos EUA – e alimentam a perspectiva de que a recuperação do país aumenta o risco inflacionário e, com isso, as chances de o Federal Reserve (Fed, banco central americano) elevar a taxa básica de juro.