Dólar encerra sequência de cinco quedas e vai a R$ 1,66
UOL – Economia
25/03/2011
A cotação do dólar comercial fechou em alta de 0,12% nesta sexta-feira (25), a R$ 1,66 na venda. Com isso, a moeda norte-americana encerrou uma sequência de cinco quedas seguidas. Porém, no acumulado da semana teve desvalorização de 0,72%.
O Banco Central (BC) realizou dois leilões para a compra de dólares no mercado à vista no pregão de hoje. As taxas aceitas foram R$ 1,657 e R$ 1,659. A medida busca elevar a cotação da moeda.
A valorização, contudo, foi limitada, diante do entendimento de que a perspectiva de entradas de recursos deve pressionar a moeda para baixo no curto prazo.
“Continua a preocupação de que o governo pode anunciar medidas a qualquer momento”, comentou à reuters Alfredo Barbutti, economista-chefe da BGC Liquidez, lembrando que a expectativa pelas medidas aumenta conforme o dólar se aproxima da faixa de R$ 1,65.
Esse patamar é considerado por investidores como uma espécie de “piso informal” para a moeda, após sucessivas intervenções das autoridades perto desse nível.
Nos últimos dias, aliás, o Banco Central tem diminuído as intervenções no mercado, resumindo-as a somente um leilão de compra de dólares no mercado à vista por sessão.
Para operadores, esse movimento está relacionado à redução das posições vendidas de bancos no segmento à vista, uma vez que as regras para recolhimento de compulsório anunciadas pelo BC em janeiro, que recentemente sofreram ajustes técnicos, passarão a valer a partir de abril.
De acordo com números informados pela autoridade monetária nesta sexta-feira, as apostas de bancos contra o dólar somavam US$ 7,303 bilhões no dia 23 de março, bem menos que os US$ 12,702 bilhões no final de fevereiro e que os US$ 16,783 bilhões no final de dezembro de 2010, antes da divulgação do compulsório.
“A expectativa de mais controles de capitais continuará evitando que o real aproveite o sentimento externo mais positivo”, afirmaram os economistas do banco francês BNP Paribas, em relatório.
Fluxo e swap – Junto com a posição vendida dos bancos, o BC informou ainda que o fluxo cambial em março até a última quarta-feira estava positivo em US$ 11,81 bilhões. No ano, o superávit já supera US$ 34 bilhões, mais que os US$ 24,354 bilhões em entradas líquidos em todo o ano de 2010.
“É pensamento geral que a tendência do dólar é de baixa. Muito dinheiro entrando e muito dinheiro sendo esperado, e isso pressiona a moeda”, afirmou à Reuters Ovídio Soares, operador de câmbio da Interbolsa do Brasil.
As autoridades têm tentado coibir a baixa do dólar comprando divisa estrangeira em três frentes: à vista, a termo e futuro –este último via swap cambial reverso.
“E no início de abril vai haver o primeiro vencimento do swap. Vamos ver se o BC vai realizar leilão de rolagem. Penso que haverá demanda no mercado”, disse Barbutti, da BGC Liquidez.
O vencimento ocorrerá em 1o de abril, num valor total de US$ 818 milhões, segundo dados do Banco Central.