Dólar deve chegar no fim do ano a R$ 1,60, diz Credit Suisse

Por: Folha de São Paulo

MERCADO ABERTO
03/05/2008
 
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GUILHERME BARROS – guilherme.barros@uol.com.br


Dólar deve chegar no fim do ano a R$ 1,60, diz Credit Suisse


Uma das grandes discussões entre os economistas hoje diz respeito aos efeitos do grau de investimento sobre o câmbio. A nova classificação do Brasil conferida pela Standard & Poor’s vai aumentar ou não a apreciação do real?
Para a equipe de economistas do Credit Suisse do Brasil, a promoção do Brasil a grau de investimento vai, sim, ampliar o processo de apreciação do real neste ano. A previsão é a de que a taxa de câmbio feche este ano em R$ 1,60 por dólar. Antes, a aposta era de R$ 1,70.


“É mais provável que o câmbio chegue ao final do ano mais perto de R$ 1,55 do que de R$ 1,70”, diz Nilson Teixeira, chefe do departamento de análise econômica do CS.


De acordo com o CS, no curto prazo, o impacto mais favorável do grau de investimento se concentrará, principalmente, no fluxo de investimento em carteira, tanto em renda fixa quanto em ações, além do aumento das linhas de crédito externo para financiamento. Os investimentos estrangeiros diretos também tendem a se ampliar no médio prazo.


Em relatório enviado ontem aos clientes, o CS reconhece que a apreciação da taxa de câmbio representa um risco à manutenção da trajetória de forte depreciação das transações correntes, cujo saldo acumulado em 12 meses se reverteu de um superávit de 0,1% do PIB em dezembro de 2007 para um déficit de 0,7% do PIB em março, mas, ao mesmo tempo, a conta financeira irá continuar sólida o suficiente para compensar esse buraco.


Para o CS, a redução das incertezas a partir da classificação como grau de investimento favorece o cenário de manutenção de uma forte entrada de recursos externos, o que mais do que compensaria uma eventual deterioração do saldo em transações correntes para além de US$ 22 bilhões ou 1,2% do PIB.


O CS afirma, no entanto, que a projeção para o câmbio não leva em conta eventuais medidas restritivas do governo para tentar impedir uma valorização mais forte do real.
 

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