segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Próximos pregões serão de cautela, já que antecedem o feriado prolongado de carnaval
Cristina Canas, da Agência Estado
SÃO PAULO – O dólar comercial abriu em baixa de 0,26% as negociações de hoje no mercado interbancário de câmbio, cotado a R$ 1,885. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar com liquidação à vista iniciou em queda de 0,36% o pregão de hoje, a R$ 1,884.
Apesar da mudança de trajetória – o dólar subiu nos três últimos pregões e acumulou alta de 0,27% em relação ao real na semana passada – os operadores não acreditam em queda expressiva e desconfiam da durabilidade do recuo do dólar. A avaliação é de que os próximos pregões serão de cautela, já que antecedem o feriado prolongado de carnaval, dias nos quais os fatos continuarão ocorrendo normalmente no exterior.
O cenário externo deve continuar regendo o mercado doméstico de câmbio, embora em alguns momentos haja ajustes baseado em fatores internos. E a semana é farta em dados sobre a economia do Velho Continente. A partir de amanhã há indicadores econômicos importantes de produção, emprego e inflação e, nos dois últimos dias da semana, serão divulgados as taxas do Produto Interno Bruto (PIB) do bloco e de vários países importantes como França e Alemanha, além de Grécia, Portugal, Espanha e Itália.
Os Estados Unidos também reservaram a quinta-feira e a sexta-feira para os dados mais importantes. Saem os números de pedidos de auxílio-desemprego, vendas ao varejo, estoques e índice de sentimento do consumidor. E ainda tem a China, cujos dados de inflação saem na quinta-feira. Os apertos monetário e nos compulsórios feitos naquele país contribuíram para a atual onda de pessimismo do mercado e esses indicadores têm potencial para mexer com os mercados.
No Brasil, em meio a cautela, o mercado vai monitorar todos esses dados e acompanhar as reações internacionais. Ao mesmo tempo, seguirá de perto os passos do Banco Central que, nas últimas semanas, atuou muito menos na compra de dólares. Na última semana de janeiro, as compras tiveram impacto de somente U$ 25 milhões nas reservas. Cálculos do mercado avaliam que, na primeira semana de fevereiro, o impacto não ultrapassou US$ 50 milhões. Paralelamente, os mesmo profissionais do mercado acreditam que o fluxo de recursos foi positivo, mas os investidores absorveram essas entradas de dólares.