02/09/2010 – Da Redação, em São Paulo A cotação do dólar comercial fechou em queda de 0,86% nesta quinta-feira, a R$ 1,732 na venda. Este é o menor valor da moeda desde o dia 3 de maio, quando tinha a mesma cotação.
No ano, o dólar ainda tem desvalorização de 0,63%.
O Banco Central (BC) manteve as atuações diárias no câmbio e voltou a comprar moeda americana em leilão no mercado à vista. A taxa aceita ficou em R$ 1,735.
O dólar estendeu a queda frente ao real pelo terceiro dia seguido, com a iminência da capitalização da Petrobras e a ausência de uma atuação mais firme do governo.
A definição do valor em petróleo que o governo poderá usar na oferta de ações da Petrobras (PETR4) indicou que a capitalização deve ocorrer como programado, ainda neste mês.
Embora analistas tenham dificuldades em avaliar o montante de dólares que ainda deve ingressar no país para participar da operação, o progresso da oferta confirmou a expectativa do mercado –boa parte já expressa na atual taxa de câmbio– por bilhões de dólares em entradas.
De acordo com Cristiano Oliveira, economista-chefe do Banco Safra de Investimento, a posição vendida dos bancos no dia 27 de agosto era estimada em US$ 13,8 bilhões, a segunda maior já verificada desde 1996.
Na BM&FBovespa, os estrangeiros elevaram as posições vendidas a US$ 10,8 bilhões em cupom cambial (DDI) e dólar futuro.
\”O mercado segue na caça da emissão da Petrobras\”, resumiu à Reuters Marcelo Oliveira, operador da corretora BGC Liquidez.
A queda do dólar foi acelerada pelo desmonte de operações em torno do nível de R$ 1,75, respeitado ao longo de julho e agosto como um piso informal da moeda diante da intervenção do Banco Central por meio de leilões no mercado à vista.
O banco Nomura, por exemplo, comunicou seus clientes que realizou operações de \”stop-loss\” para desmontar operações perto dessa cotação. \”A posição técnica do mercado de câmbio trabalhou contra nossa recomendação, já que o mercado ainda espera grandes fluxos no setor de petróleo\”, comentou Benito Berber, analista do banco.
As apostas no dólar acima de R$ 1,75 se sustentavam, em parte, pela expectativa de que o Banco Central atuaria com mais vigor caso a moeda caísse abaixo desse patamar. Pelo segundo dia, isso não se confirmou, e o BC realizou somente um leilão tradicional de compra de dólares.
(Com informações de Reuters e Valor)