A senadora Ana Rita (PT-ES) chamou atenção para o drama de milhares de famílias de pequenos agricultores capixabas com a crise da cafeicultura, causada principalmente pela quebra da safra em virtude da seca e da queda dos preços do produto nos últimos 60 dias.
– Estou falando de uma crise que tem um grave impacto na sociedade do Espírito Santo, pois o café é o sustentáculo econômico de 80% dos municípios do estado e responde por 43% do nosso PIB agrícola, envolvendo somente na produção cerca de 131 mil famílias – explicou.
Segundo a senadora, com o declínio da produção e do preço, há um alto nível de endividamento das famílias que reestruturaram a propriedade, investiram em irrigação, armazenamento de água e infraestrutura de beneficiamento do produto. Agora, destacou a senadora, os produtoresestão sendo excluídos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) por não atingirem a renda mínima para enquadramento, limitando assim o acesso a novos créditos.
Ana Rita apresentou sugestões dadas por representantes de movimentos sociais e de associações cooperativas para enfrentar a situação. Eles querem, por exemplo, que o governo garanta a compra de café conilon para fazer estoque regulador, garantindo o preço mínimo de R$ 240 por saca, além de uma linha de crédito de R$ 30 mil por família.
A senadora defendeu a desburocratização de políticas públicas e o fortalecimento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
– Essas famílias produtoras de café pedem socorro. E esse apoio se traduz em garantia de energia elétrica de qualidade para a irrigação, com isenção de tributos para diminuir custos com isso. Podemos, sim, transformar a crise, que hoje rouba o sono de agricultores e suas famílias, em motivos para dar um salto de qualidade em termos de de vida e de organização produtiva e econômica da agricultura capixaba. Falar dos erros do passado é oportuno para evitar que tudo se repita novamente. E os nossos cafeicultores agradecem – concluiu.
Agência Senado