Estudo da Fiesp mostra valor adicionado pelo processo industrial
Entre o café em grão, antes de ser torrado e moído, e as cápsulas para fazer um expresso, o preço pelo quilo do produto vai de R$ 8,6 para R$ 329. A diferença é de 37 vezes. E na arrecadação de impostos o salto é ainda maior, de 97 vezes, com o quilo do grão gerando R$ 1,32 em tributos, e o do café em cápsula sendo responsável por R$ 128,67.
Não há milagre no processo. A indústria é responsável pela valorização do café e pela maior arrecadação de impostos. A indústria agrega mão de obra – criando empregos e pagando salários – e uma grande dose de pesquisa e desenvolvimento, tecnologia e investimento.
O café é um bom exemplo da importância da indústria na geração de riqueza. O cálculo do valor adicionado e da diferença na arrecadação de impostos foi feito pelo Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp (Decomtec). A perda de importância da indústria no PIB brasileiro – a desindustrialização – representa enorme perda para o país.
A atual participação da indústria no PIB brasileiro, de 11,4%, representa recuo ao patamar da década de 1940. É na etapa industrial que há maior geração de valor, salários e tributos. É na indústria que está a maior massa industrial, e ela realiza 30% do investimento produtivo, sendo responsável por 70% do investimento em pesquisa e desenvolvimento e por 77% do valor aplicado em inovação.