Do bioinseticida ao biocombustível

Por: Folha de Londrina

Em 1983, Londrina conquistava espaço na mídia nacional porque o pesquisador Flávio Moscardi, então com 33 anos, havia ganho o Prêmio Jovem Cientista com a descoberta de um produto muito diferente, o Baculovirus, um inseticida natural. Além de proporcionar um custo menor para o agricultor, o inseticida biológico evitou que milhões de litros de venenos químicos fossem despejados nas lavouras de soja. Esta é apenas uma das tecnologias desenvolvidas pela Embrapa Soja e que conquistou o Brasil e outros países da América.


O instituto de pesquisa foi criado em Londrina, em abril de 1975, com o objetivo de desenvolver tecnologias para a produção de soja no Brasil. Não apenas atingiu esta meta como se tornou referência mundial em pesquisa para soja em regiões tropicais, após a expansão da cultura para o Centro Oeste do País. Nos últimos 20 anos foram desenvolvidas 206 variedades do grão, sendo que 80 delas respondem por 60% da produção nacional de sementes.


Agora, em 2006, a Embrapa Soja está desenvolvendo outro projeto ambicioso, o do biocombustível, também chamado de biodiesel. Apontado como uma alternativa energética, espera-se que a adoção do biodiesel venha a causar profundas mudanças no campo, pois o Brasil tem plenas condições de liderar a produção mundial deste combustível. As culturas mais voltadas para esta produção são o girassol, a mamona, a canola e a própria soja.

Se no passado Londrina foi a Capital Mudial do Café, hoje não seria nenhum exagero considerar a cidade como Capital Tecnológica da Soja. ”Aqui existe um potencial muito grande de geração e concentração de informação em nível de Brasil e eu acho que isto é um privilégio para cidade”, afirma a chefe geral da Embrapa Soja, Vânia Beatriz Rodrigues Castiglioni.


Quanto ao biodiesel, ela diz que ”a agroenergia é um projeto de governo e temos a responsabilidade de desenvolver este trabalho. Acreditamos que, a médio prazo, deve haver informações interessantes para o setor”. A chefe da Embrapa Soja considera ‘médio prazo’, neste caso, algo em torno de cinco a dez anos. O que se prevê é que, com a adoção do biocombustível, haja um aumento significativo da área plantada no Brasil. Vânia não acredita que isto vá refletir na redução de área para outras culturas.(E.A.)

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