07/08/2013
Francisco Carlos Simioni, do Departamento de Economia Rural, explica a ampliação do seguro rural aos produtores e o novo auxílio do Estado
Expectativa de produção do cereal no Estado era de dois millhões de toneladas
As primeiras estimativas do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná, apontaram que a geada do fim de julho, considerada a pior desde 2000, teria atingido 70% das lavouras de café, mais de 50% das de trigo e 25% das de milho de segunda safra. O governo ainda não contabilizou com precisão os prejuízos causados pelo evento climático. Um levantamento do Deral deve sair nas próximas semanas. No entanto, o diretor do departamento, Francisco Carlos Simioni, adianta que, em termos de produtividade, as culturas de café e trigo podem ter quebra de 40% no próximo ano.
– Tivemos problemas não apenas com as geadas de duas semanas atrás, mas também com o clima, extremamente chuvoso no mês de junho, e que acabou prejudicando demais a qualidade da produção. Eu acredito que as perdas são significativas em café e em trigo, principalmente no oeste do Paraná, em Campo Mourão, indo em direção ao noroeste, Maringá, Umuarama, Londrina – cita Simioni.
O preço pago pela tonelada de trigo poderia chegar a R$ 1 mil nesse ano.
– A expectativa de produção do cereal no Estado era de dois millhões de toneladas. O Paraná é o mais produtor desse tipo de ceral no Brasil. Infelizmente ocorreu esse problema forte de geada, não só no Paraná, mas no Centro-Sul do país.
Simioni ainda afirmou que o governo está ampliando o seguro ao agricultor, através do Programa de Subvenção ao Seguro Rural, com subvenções bancadas também pelo Tesouro do Estado, para mais 26 culturas. O café, o milho segunda safra e trigo estão incluídos, além de diversas frutas. O diretor explica que o Estado irá dividir as contas com os produtores:
– O exemplo é bem prático e simples. É a mesma coisa que fazer o seguro de um carro. A cada R$ 1 mil que o produtor gasta para fazer o seguro de uma lavoura, R$ 500, em média, são bancados pelo Tesouro era arcado só pelo produtor. O que ocorre hoje é que o Estado está bancando 50% disso, baixando a conta do produtor a R$ 250, por exemplo.