Ninguém é mais
biruta de aeroporto do que Dilma Rousseff, a pré-candidata do PT à Presidência.
Agora ela decidiu vestir o figurino da boa legalista conservadora, contrariando
o que dizia até outro dia. Leiam o que vai abaixo. Volto em seguida para lembrar
a Dilma o que ela realmente pensa.
Por
Graciliano Rocha, na Folha Online:
A
pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse hoje que o aborto é
“uma violência” e que “nenhuma mulher defende”. “Ninguém fala: ‘quero fazer um
aborto’”, disse ela.
Dilma disse que
“o governo não tem que ser a favor ou contra o aborto, e sim a favor de
políticas públicas”. Ela afirmou que o Estado tem que oferecer políticas
públicas que garantam a realização de abortos em casos em que a legislação
brasileira já o prevê, como em gravidez decorrente de estupro ou quando há risco
para a mãe.
“Não é possível
deixar que mulheres das classes populares utilizem métodos medievais como
agulhas de crochê, tricô ou chás absurdos [para fazer um aborto]“, disse a
ex-ministra.
Em entrevista
hoje pela manhã para o programa de entrevista “Painel RBS”, transmitido pela
Rede RBS para todo o Rio Grande do Sul, a pré-candidata criticou as invasões de
terra promovidas por movimentos sociais.
“Não concordo com
nenhuma prática ilegal. Movimento é movimento e governo é governo. A parte que
cabe ao governo é zelar pela ordem pública”, disse.
Ela afirmou
também que não concorda com a invasão de prédios públicos ou impedimento de
funcionários. “Isso não significa que não nos dispomos a negociar e a dialogar.
Agora, não se dialoga em ilegalidade.”
Comento
Vamos pela
ordem:
1: À diferença do que diz, Dilma já defendeu a
legalização do aborto, sim, senhores! Leiam declaração sua em entrevista à
revista Marie Claire:
“Abortar não é fácil para mulher alguma. Duvido que
alguém se sinta confortável em fazer um aborto. Agora, isso não pode ser
justificativa para que não haja a legalização.”
2: O que vai acima é muito
diferente do que ela diz agora, na boca da urna. O estado já é obrigado a
realizar o aborto nos casos previstos em lei, a saber: estupro e risco de morte
da mãe. Tanto Dilma quer a legalização que o Programa Nacional-Socialista dos
Direitos traz a descriminação como uma de suas bandeiras. O texto deve ser
mudado porque amplos setores da sociedade o rejeitaram. O decreto passou pela
Casa Civil — e, pois, pelas mãos de Dilma. Agora, em busca de votos, finge
pensar outra coisa.
3: Em outubro do ano passado,
quando o MST invadiu e depredou uma fazenda da Cutrale, em vez da censura
inequívoca à bandidagem, o que disse a então ministra da Casa Civil?
Isto:
“Não vamos ser complacentes com
qualquer ato ilegal. Mas também não vamos ser conservadores a ponto de tratar os
movimentos sociais como caso de polícia.”
Ninguém queria tratar
“movimento social como caso de polícia”, mas tratar CASO DE POLÍCIA COMO CASO DE
POLÍCIA.
4: O governo que Dilma Rousseff
representa negocia com os promotores da ilegalidade, sim. Tanto é que não aplica
as leis que coíbem as invasões de terra. Ao deixar de aplicá-las, aumentou
brutalmente o número de invasões. São os milagres da era Lula: quanto mais se
assentam famílias, mais crescem as invasões.
5: Cumpre lembrar mais uma vez o
Plano Nacional-Socialista de Direitos Humanos, pelo qual é uma das responsáveis.
O texto torna o invasor de terra um dos “lados” da negociação e cria embaraços
para o juiz conceder uma liminar de reintegração de posse. O governo diz que vai
mudar. Vamos ver.
Dilma também já
mudou em relação à política de juros — na verdade, à política econômica. De
crítica azeda do Banco Central, passou a ser sua defensora incondicional. Aliás,
ela fez parte do grupo que tentou derrubar Antonio Palocci, que agora é seu
embaixador junto ao capital, sobretudo o financeiro.
Também mudou em
relação à Lei da Anistia. Integrou o trio revanchista, ao lado de Tarso Genro e
Paulo Vannuchi, que queria dar nova interpretação ao texto. Tão logo o Supremo
deu um chega prá-lá no revanchismo, mudou de idéia:
“Eu não sou a favor de revanchismo de nenhuma forma.
Do ponto de vista da decisão do Supremo, decidiu, decidido
está”.
O que será que
Dilma vai pensar amanhã? Depende de quantos votos ela vai precisar.
Ocorre que, Então Dilma agora É a obra, não o Marqueteiro, todo Dilma andou A padroeira desse Disputasse Dilma * Dilma participou “A posição do “O Irã não é uma Em seguida, a O presidente Luiz Os EUA e seus Comento Dilma é uma Peguemos o trecho Dilma esqueceu o Karl Marx disse Instituto
QUER DIZER QUE DILMA AGORA É UMA “REACIONÁRIA”, COMO EU?
Quem
pensa tudo não pensa nada. E pode fazer qualquer coisa. Quando chegar ao poder,
decide, então, para que lado vai. Fazer escolhas é difícil. E olhem que falo com
certo conhecimento de causa. Eu poderia, por exemplo, ser menos claro ou
contundente nas minhas opiniões e escolhas, exercendo aquela canalhice
intelectual muito típica do nosso tempo: o famoso radicalismo “nem-nem”: nem
isso nem aqui, mas acima disso e daquilo. E os dois lados — ou os vários
lados— me julgariam, então, uma pessoa
isenta.
freqüentemente, trata-se apenas de uma covardia e de uma forma de oportunismo.
Acho honesto que o leitor saiba qual é a minha praia. O que não faço, sob
nenhuma hipótese, é lidar com a mentira, por mais que ela seja generosa. Aí não
dá. Parto sempre do fato. Não raro, os esquerdistas o vêem de um modo, eu, de
outro. Eles não têm por que se enganar. Digo sempre: “Não percam seu tempo
comigo”. Mas eles me adoram e Não saem daqui. Sigamos.
pensa como “Reinaldo Azevedo, o reacionário,” em matéria de aborto, invasões de
terra, Banco Central, Lei de Anistia? E ela continua a ser “progressista” dos
sonhos petistas, e eu, o ogro dos seus pesadelos? Eu não mudei. Continuo a
escrever o que sempre escrevi. E Dilma?
verbo fácil, que evidencia as convicções. Na prática, a petista atuou contra
cada uma das crenças que diz ter agora. Está tentando levar o eleitor no bico
porque seus marqueteiros assim o decidiram.
mundo que disputa eleição tem. O trabalho pode ser honesto ou desonesto. O
trabalho honesto consiste em tornar palatável, compreensível ou virtuoso o que o
candidato de fato pensa. A depender de como uma idéia é passada ao público, a
recepção pode ser boa ou má. E há o trabalho desonesto: construir um candidato
que não existe, que mente para ganhar voto. É uma forma de trapaça.
circulando pela Igreja Católica. Converteu-se. Na mesmaMarie Claire,
deu a extensão de sua crença: “Fui
batizada na Igreja Católica, mas não pratico. Mas, olha, balançou o avião, a
gente faz uma rezinha”. Entendo. É a
chamada “Crença Belchior”: uma fé que nasce “por medo de avião”. Em outra
oportunidade, disse acreditar numa “força superior”. Em recente entrevista,
disse se considerar cristã e “católica num segundo momento”. Qual momento? No
programa do Datena, afundou o monoteísmo da Igreja Católica e disse que Nossa
Senhora é uma “deusa mulher”!!!
catolicismo é a já consagrada Nossa Senhora de Forma Geral, a santa do
Generalismo Aloprado Burocrático-Eleitoreiro.
A HORA DO ESPANTO – “Irã controla armas nucleares”, diz Dilma
Rousseff
Rousseff eleições nos EUA, por exemplo, e sua candidatura, a esta altura, já
estaria liquidada, dadas as enormidades que anda dizendo. Leiam o que vai
abaixo. Volto em seguida:
Por Bruno
Siffredi, no Estadão Online. Volto em seguida:
A pré-candidata do PT à
Presidência, Dilma Rousseff, defendeu nesta quarta-feira, 12, a posição do
Brasil em relação ao Irã, mas cometeu uma gafe ao afirmar que o país islâmico
“controla armas nucleares”. A ex-ministra lembrou que o governo brasileiro se
opôs à invasão do Iraque e disse que, além da questão humanitária, existe também
um interesse estratégico brasileiro em relação ao Irã.
nesta quarta-feira do Painel RBS, em Porto Alegre (RS), onde lembrou que, no
Iraque, “não havia armas de destruição em massa”, argumento utilizado pelos EUA
para justificar a operação militar no país, “e hoje você tem uma região
conflagrada”. Segundo a petista, Lula justificou na época sua oposição à invasão
norte-americana afirmando que “sua guerra era contra a fome”.
Brasil de prudência em relação ao Iraque se mostrou acertada”, observou Dilma. A
ex-ministra então explicou que, no caso do Irã, além da preocupação com a
questão humanitária, a “civilização” iraniana tem características diferentes da
iraquiana.
civilização como a iraquiana, é um país com mais de setenta milhões (de
habitantes), controla armas nucleares e tem de fato um posicionamento
internacional que naquela região é expressivo.”
petista elogiou os esforços internacionais contra a proliferação armas
nucleares, mas defendeu o uso de energia atômica para fins pacíficos. “Abandono
das armas e uso pacífico da energia nuclear é bom para o mundo inteiro.” Dilma
disse também que o governo não apoia “o posicionamento do Irã sobre o extermínio
dos judeus”. “Você conversa com uma pessoa e não necessariamente precisa adotar
o ponto de vista dela”, explicou.
Inácio Lula da Silva visita o Irã no próximo dia 16. Ele embarca nesta
quarta-feira, às 18 horas, para a viagem de uma semana, na qual vai visitar
também Rússia, Catar, Espanha e Portugal.
aliados suspeitam que o Irã esteja desenvolvendo armas atômicas secretamente,
apesar do governo de Teerã insistir no caráter pacífico das suas atividades de
enriquecimento de urânio.
Bem, é evidente que ela
não sabe o que diz. Felizmente, o Irã ainda não controla armas nucleares, e todo
o esforço está sendo feito para que não controle. A coisa é séria. Dilma precisa
ao menos fazer um curso de Relações Internacionais do Instituto Universal
Brasileiro — ainda existe o instituto? Vou tentar saber mais tarde. “Ah, ela se
atrapalhou”. Eu sei. Como se atrapalhou ao afirmar que a seca empurra as pessoas
do Nordeste para o Brasil, depois de fazer uma
síntese errada de Vidas Secas. Como se atrapalha ao falar de leis
ambientais.
invenção da cabeça de Lula; ele tenta ser o seu Pigmaleão, como já falei aqui. O
problema é que a estátua fala, mas jamais será uma Galatéia. Assim, continua a
falar… como estátua! A gente nota que os conceitos que expressa são coisas
mal-digeridas, aprendidas e apreendidas de afogadilho.
em que aparece sua fantástica consideração:
“O Irã não é uma civilização como a iraquiana, é um
país com mais de setenta milhões, controla armas nucleares e tem de fato um
posicionamento internacional que naquela região é expressivo.”
texto. No original, disseram-lhe que o Irã não é um país árabe cujas fronteiras
tenham sido decididas com o fim do colonialismo britânico, mas uma país de
origem persa, com uma história diferenciada. De todo modo, se a invasão do
Iraque foi, como ela diz, inaceitável, seja sua artificial ou não, a
impropriedade permaneceria, pois não?
de Lassale, para desqualificá-lo, ser o adversário intelectual um “caos de
idéias claras”. Dilma é um caos de idéias confusas, daí a sua incapacidade de se
expressar com fluência e clareza numa entrevista. E no governo? Pensaria com
mais propriedade e desenvoltura? Os 11% de efetiva realização do PAC demonstram
que não.
Universal nela! Ou, como dizia Chaves ao professor Girafales: “Dá zero pra
ela!”