O mundo caminha para uma nova Revolução Verde impulsionada pela tecnologia e apoiada pelos consumidores, que exigem saber mais sobre a origem de seus alimentos.
São Paulo, 30 de setembro de 2021 – Também conhecida como Revolução Biológica, esta nova onda no campo baseia-se da Agricultura de Precisão, cultivos de cobertura, insumos biológicos – em vez de químicos – e ferramentas inovadoras que melhoram a saúde do solo, a biodiversidade e a qualidade da água, dentro do conceito de soluções baseadas na natureza.
O foco da segunda Revolução Verde é, portanto, a saúde do solo. Como restaurar a terra para servir ao seu propósito original de entrega eficiente de nutrientes às plantas, purificar e reter a água, ajudar as plantações a resistir naturalmente às doenças e armazenar carbono, reduzindo os efeitos das mudanças climáticas. A Nespresso acredita que o café de qualidade e a sustentabilidade das comunidades agrícolas estão interligados e que, somente a partir da confiança e relacionamentos duradouros, é possível fazer a diferença.
A busca pelo equilíbrio ambiental entre a biodiversidade e o melhor aproveitamento do cultivo de café levou, em 2003, ao nascimento do pioneiro Programa Nespresso AAA de Qualidade Sustentável™ que, dois anos depois, foi adaptado para a realidade brasileira e começou a transformar os meios de vida das fazendas no país. Desde 2005, a Nespresso investiu mais de US? 36 milhões no Brasil para incentivar e aumentar a sustentabilidade por meio de assistência técnica aos cafeicultores e premiações por cafés sustentáveis e de qualidade excepcional. As fazendas que têm seu café verificado pelo programa recebem prêmios pagos acima do preço de mercado.
Nesta jornada, já são 16 anos de troca com os produtores brasileiros. O programa conta com o know-how em sustentabilidade da Rainforest Alliance e do Imaflora, para a implantação de ferramentas para proteger o futuro do café e das fazendas que o cultivam. “Trabalhando lado a lado aos cafeicultores, é possível observar de perto como as mudanças climáticas afetam não só as plantações, mas todo o equilíbrio ecossistêmico.” comenta Guilherme Amado, Líder do Programa Nespresso AAA de Qualidade Sustentável ™ no Brasil e no Havaí. Esse testemunho vem acompanhado de estudos que expõem que o aumento das temperaturas trará secas e altas temperaturas. Cerca de metade das terras ao redor do mundo atualmente usadas para produzir café podem ser improdutivas até 2050. E esse número pode chegar a 88% na América Latina.
Embora a mudança climática seja apenas um dos vários fatores que podem afetar o ciclo de vida do café, é provável que seja um dos mais importantes. A cafeicultura é altamente sensível às variações climáticas e o aumento das temperaturas pode tornar certas áreas de cultivo menos adequadas ou completamente inviáveis para a produção. O aquecimento global é de fato uma grande ameaça à resiliência do café e seu impacto não é apenas ambiental, é também na vida de quem o cultiva.
CAFEICULTURA REGENERATIVA
A Nespresso continua a transformar e criar valor compartilhado no ciclo de vida do café, com o objetivo de orientar empresas, governos, e sociedade civil, em suas ações individuais e coletivas a também contribuem para mitigar o avanço das mudanças climáticas. Quatro pilares orientam como a empresa vai acelerar o caminho para a neutralidade de carbono até 2022 e liderar a transição para a cafeicultura regenerativa.
• Transformar a vida das fazendas e comunidades
Fortalecer a resiliência das fazendas de café às mudanças climáticas ao alcançar altos padrões de certificação, desde a gestão de água, biodiversidade, além de melhorar as dimensões sociais da cafeicultura.
• Ações integradas para combater as mudanças climáticas
As regiões produtoras de cafés de alta qualidade estão vulneráveis às mudanças climáticas. Em conjunto com agricultores e parceiros, é preciso cuidar das áreas florestais para que os benefícios entregues pelas árvores e solos possam criar valor compartilhado para toda a sociedade.
• Economia circular e reciclagem de alumínio
Trabalhar com a sociedade civil e as partes interessadas para enfrentar os desafios iniciais da produção sustentável de alumínio. Da mesma forma, trabalhar a nível nacional e municipal para maximizar o potencial circular das cápsulas de alumínio após seu uso.
• Catalisar a mudança positiva na sociedade
Para garantir a produção sustentável de café – e alumínio – é preciso engajar os consumidores e a sociedade. É preciso a mobilização de todos: empresas, parceiros e consumidores em torno da agenda sustentável.
Na cafeicultura regenerativa, a biodiversidade também é um pilar. É preciso garantir que animais nativos estejam protegidos, pois a biodiversidade é fundamental para a capacidade de regeneração da terra. A startup reNature é uma das parceiras da Nespresso neste processo. “Nos apoiamos em conhecimentos tradicionais de mais de 50 anos. O diferencial é que hoje contamos com a tecnologia – não só de ferramentas de última geração, mas também com a Natureza – como nossa aliada, com o uso de drones e imagens de satélite e até de abelhas”, completa Guilherme.
A ideia de regeneração é que as práticas agrícolas estejam mais próximas da natureza. É um sistema que imita os processos da natureza e tem como objetivo regenerar o solo, mitigar as mudanças climáticas, aumentar a biodiversidade, lucratividade por hectare e resiliência da fazenda. Deve levar em conta, além dos aspectos econômicos, as questões ecológicas, éticas e de igualdade social. Solo saudável significa equilíbrio, água limpa e maior biodiversidade acima e abaixo dele, diminuindo os efeitos das mudanças climáticas nas regiões cafeicultoras.
Por isso, o AAA continua a evoluir como uma incubadora de métodos inovadores para a produção sustentável de café. Em particular, catalisando soluções baseadas na natureza, diminuindo a utilização de defensivos químicos e incentivando o uso de fertilizantes naturais que abastecem os ecossistemas. “Temos fazendas desenvolvendo biofábricas, uma técnica milenar. Isso está acontecendo naturalmente e nosso corpo técnico entra apenas como observadores e alunos. Temos a sorte de encontrar pessoas que compartilham da nossa ambição de transformar a cafeicultura”, explica Guilherme.
PARA ALÉM DAS FAZENDAS
Restaurar o equilíbrio entre árvores e plantações beneficia a todos, incluindo os negócios e o futuro do nosso planeta. A partir dessa premissa nasceu o Nespresso Arboriza, que tem o objetivo de proteger as plantações de café a partir da regeneração das florestas. Desde 2014, a Nespresso trabalha com cafeicultores do Programa AAA para reintroduzir árvores dentro e ao redor das fazendas, fortalecendo a resiliência das comunidades às mudanças climáticas com um olhar para o futuro. Esta abordagem agrícola baseada na natureza é chamada de agrossilvicultura.
A Nespresso e a Fundação SOS Mata Atlântica uniram forças para o projeto Arboriza, que reúne esforços para a recuperação do coração da Mata Atlântica, a Serra da Mantiqueira, grande produtora de cafés de qualidade. O objetivo da parceria é reflorestar 277 hectares de mata na região do Vale da Grama, interior de São Paulo, em um total de 154 nascentes. Em 2020, já foram mais de 70 mil árvores nativas, entre ipês, jequitibás e quaresmeiras, em um total de 28 hectares.
Além do projeto Arboriza, a Nespresso faz parte da plataforma colaborativa Consórcio Cerrado das Águas (CCA), que tem como objetivo regenerar as paisagens e os ecossistemas nas regiões cafeeiras do Cerrado Mineiro. Atualmente, o programa funciona no município de Patrocínio, na bacia do córrego Feio, em Minas Gerais. Até 2023, a estratégia é expandir para outras regiões do estado, como Serra do Salitre, Monte Carmelo, Rio Paranaíba, Carmo do Paranaíba, Araguari e Coromandel que, juntos, respondem a 70% da produção de café no Cerrado Mineiro.