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Por ano, 75% do café brasileiro é exportado

Ele faz parte do dia a dia da maioria dos brasileiros. Costuma ser apreciado logo pela manhã, minutos depois do despertar de uma noite de sono. E sua presença continua ao longo do dia: reunindo a família à mesa, na conversa com um amigo ou, até mesmo, antecedendo as tratativas de um negócio.

Independentemente da finalidade, sobram motivos, exemplos e recordações para celebrar o Dia Internacional do Café, comemorado hoje.

Em todo o mundo, o Brasil é considerado o principal produtor e exportador do grão. E também é o segundo maior consumidor de café do planeta. “Anualmente, 75% dos cafés brasileiros são exportados pelo Porto de Santos. São mais de 30 milhões de sacas (60 kg cada) por ano”, pontua o corretor de café Eduardo Carvalhaes, que atua no ramo há mais de três décadas.

Segundo Carvalhaes, há uma relação antiga do brasileiro com essa bebida tradicional. “Oferecer um café ao chegar uma visita ou convidar um amigo para apreciar uma xícara de café é um hábito que faz parte da nossa cultura”.

Paixão hereditária

A empresária Rose Saraiva, de 39 anos, é uma das apreciadoras e fãs assumidas do fruto do cafeeiro. “Não vivo sem café. Tomo cinco xícaras diariamente. Começo o meu dia com ele e continuo (bebendo) até antes de dormir. E não fico sem sono, não”, brinca Rose.

E esse gosto é hereditário. “Começou com minha avó, que convidava a família para tomar café na casa dela. Passou para minha mãe, para mim e, hoje, minha filha de 13 anos também toma, mas com leite”, ressalta a empresária.

Gerente da cafeteria do Museu do Café, Rodrigo Bueno explica que existem várias espécies do grão. As mais conhecidas no mundo são coffea arabica e coffea canephora. Especificações à parte, ele comenta o gosto de preferência nacional: o mais forte. “Brasileiro gosta de café mais encorpado”.

Programação especial

Nesta segunda-feira, das 12 às 14 horas, o Museu do Café celebra a data com degustação gratuita da bebida, harmonizada com doces, na Praça Mauá – em frente ao bondinho –, no Centro. A iniciativa visa desenvolver a percepção sensorial das pessoas quanto aos sabores de três tipos de cafés, combinados com a mesma quantidade de variações de doces. As xícaras serão preparadas na hora, pelo barista da cafeteria do museu, Hallyson Ramos, que irá explicar as características de cada grão e os modos de preparo.

“O público irá perceber que cada método e cada doce realça uma característica do café. Por exemplo, o café do Sul de Minas, mais ácido, será extraído por um método que veio do Japão, conhecido como hario – consiste em um filtro cônico e espiral de acrílico. Esse café será harmonizado com carolina de limão”, explica Ramos.

O barista também irá extrair o café Chapadão de Ferro, da região do Cerrado de Minas Gerais, combinado com bolo tiramissú, e o café Alta Mogiana, de São Paulo, com carolina de chocolate.

Aos leigos no assunto, Ramos diz que “é um crime” adoçar a bebida. “O açúcar só serve para mascarar café ruim”.

Quinta-feira, às 16 horas, o museu recebe a apresentação da Orquestra Instituto Grupo Pão de Açúcar, formada por 30 jovens de 12 a 21 anos. Sob regência de Daniel Misiuk, os músicos levarão ao público repertório baseado em músicas nacionais e internacionais.