Primeira empresa brasileira a receber simultaneamente as certificações FSC e Cerflor, a Cenibra completa 20 anos de fomento florestal no vales do Aço e Rio Doce
Foi uma festa de empresários, produtores rurais e ambientalistas. Com a presença do governador Aécio Neves, do ex-ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, e da superintendente da Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda), Maria Dalce Ricas, dentre dezenas de plantadores de florestas de produção, a Cenibra-Celulose Nipo-Brasileira, uma das maiores produtoras mundiais de celulose branqueada de fibra curta de eucalipto, celebrou na semana passada, em sua planta industrial, na cidade mineira de Belo Oriente, às margens do Rio Doce, um marco em sua história florestal.
Através de um trabalho conjunto com o Instituto Estadual de Florestas (IEF), a empresa atingiu o plantio de 22 mil hectares de eucaliptais. Iniciado no final da década de 90, o programa de fomento florestal garante a sua integração com os produtores rurais de 68 municípios da região onde atua, oferecendo-lhes oportunidades de negócios, emprego e renda.
Tanto o governador como o diretor-presidente da Cenibra, Fernando Henrique da Fonseca, ambos destacaram a importância do fomento para a não formação de latifúndios na região, além de fixar o homem no campo e promover a conservação ambiental do que restou de uma natureza historicamente degradada pelos ciclos do café, cana-de-açúcar e pecuária. Antes cobertos pela Mata Atlântica, hoje somente os municípios aonde a Cenibra atua conseguiram, em parceria com a empresa, preservar suas áreas naturais, entremeadas às florestas de eucalipto, plantadas de maneira ecologicamente correta.
O exemplo real disso foi dito, durante a cerimônia, pelo produtor José Carlos Fernandes, dono com mais dois irmãos de uma fazenda de 328 hectares na região. “Antes tudo aqui era uma tristeza só. Eu só ficava pensando em passar o trator de esteira e destruir tudo, quando olhava para o terreno e só via morro com erosão, erva daninha e baixa produtividade”, disse o agricultor. Resultado: após aderir ao programa da empresa, ele conseguiu transformar 168 hectares em florestas de eucalipto, o que passou sua renda média anual de R$ 8.750,00 para R$ 369.586,00, preservar 140 hectares de florestas nativas e ainda plantar milho e feijão para subsistência: “Depois que adotei a silvicultura, aquela inquietação que dava na gente de querer meter o trator na propriedade e tirar toda a mata, passou. Tô muito é satisfeito e querendo ganhar mais dinheiro”, completou.
Ao final da solenidade, além de caixas com amostras de diversos artigos produzidos com celulose, de papel e lápis a camisa, passando por fraudas descartáveis, as autoridades foram convidadas a aumentar o verde da fábrica. O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Wilson Brumer – um dos primeiros empresários brasileiros a adotar o discurso ambiental, “O meio Ambiente também faz parte do nosso negócio”, e a despoluir a siderúrgica Acesita, que presidia – plantou uma muda de ipê amarelo. Já Aécio Neves, após ressaltar que muitas das medidas que seu governo toma “são frutos do diálogo que mantém permanentemente com os ambientalistas”, plantou um jequitibá rosa.