Depois de quatro anos de negociação, a Starbucks, maior rede de cafeterias do mundo, anunciou ontem sua chegada ao Brasil. O presidente da rede para a América Latina, Buck Hendrix, está em São Paulo e passou a tarde de ontem acertando os detalhes da operação com o casal de empresários Maria Luisa e Peter Rodenbeck, sócios do empreendimento no País.
O casal – ela é brasileira e ele, americano – já trouxe outras redes para o Brasil. Peter foi o responsável pela abertura da primeira loja do McDonald’s no País. “Acabamos de concluir a parte jurídica e agora é arregaçar as mangas e trabalhar nos planos estratégicos da entrada da Starbucks no Brasil”, disse Maria Luisa.
Segundo ela, a primeira loja da rede vai ser aberta em São Paulo, num prazo de até 12 meses. “Não temos números definidos, temos intenção de abrir tantas lojas quanto os nossos clientes pedirem”, disse Maria Luisa, que agora começará a procurar o ponto comercial para a abertura da loja.
A Starbucks decidiu expandir seu negócio para América Latina em 2002 e, desde então, tem buscado parceiros em diversos países. Foram abertas lojas da rede no Peru, México, Chile e Porto Rico.
Aqui, o acordo foi fechado com a Cafés Sereia do Brasil, holding dos Rodenbeck, junto com o grupo mexicano Alesea.
O casal tem uma história de sucesso no Brasil. Primeiro, trouxe o McDonald’s para o País, em 1979, rede que hoje tem 1,1 mil pontos-de-venda. Também importou a franquia do Domino’s Pizza e do Outback, restaurante estilo australiano já com 12 lojas.
O grupo mexicano Alsea, que também tem participação acionária na Cafés Sereia, que iniciou o Starbucks no México em 2002. Lá, também opera a rede Burger King, Domino’s Pizza e Popeye’s Chicken.
Para Maria Luisa, o mercado de cafés finos é promissor no Brasil, pois o consumidor está desenvolvendo o gosto por uma bebida de qualidade, assim como aconteceu com o vinho: “Mas vamos chegar humildemente no País, assumindo que entramos num país cuja tradição em café é grande.”
Ela disse que o café descafeinado – que os americanos adoram – vai estar no Brasil, mas a rede vai se adaptar ao gosto do brasileiro: “Vamos ter cafés brasileiros, como o Ipanema Bourbon, comercializado no mundo todo pela rede, além de toda uma gama de cafés de várias partes do mundo para o brasileiro degustar.”
Outra rede que está chegando ao Brasil é a argentina Havanna, fabricante dos famosos alfajores de doce de leite. A primeira loja vai ser aberta em junho em São Paulo, na Rua Bela Cintra. “Foram 4 anos de negociação e a meta é abrirmos 15 cafés nos primeiro ano, no interior de São Paulo e Sul do País”, disse Barbara Kern, sócia do empreendimento.
As metas da rede – com cerca de 200 lojas na Argentina – são arrojadas: “Em 3 anos, nossa intenção é ter em torno de 50 lojas, número que pode ser até maior, dependendo da aceitação do brasileiro.” Os doces virão da cidade de Mar del Plata, e os cafés serão brasileiros.
Fonte: Estado de São Paulo