Depois da carne, café e frutas são atrativos aos países árabes

Em 2009 exportações ao mundo árabe renderam US$ 6,86 bilhões ao Brasil

“O mundo árabe está começando a ver o Brasil com outros olhos”. As palavras de Salim Schahin, presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, revela a importância que os países árabes assumem na balança comercial. No ano passado, foram fechados negócios de US$ 6,86 bilhões.

Os embarques de carnes de aves e bovina, que geraram receita de US$ 2,71 bilhões em 2009, seguido pelo açúcar, com negócios de US$ 6,86 bilhões, agora tem a companhia de outras commodities, como o milho e a soja.

“Já ocorreram avanços expressivos nas vendas de milho, soja, fumo, farejo de soja e carnes industrializadas, mas a ideia é diversificar o embarque de produtos aos árabes, como o café verde e torrado, frutas frescas, como abacaxi, banana, limão, laranja e maçã, suco de laranja, lácteos e ovos”, explica Eduardo Sampaio Marques, diretor do departamento de promoção internacional do agronegócio do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

Mesmo em um ano de crise financeira, que afetou o comércio internacional, as exportações brasileiras decresceram 22%, os aportes para os países árabes recuaram apenas 4,6%. “Isto significa a importância do comércio com o Brasil, que elevou o Oriente Médio, por exemplo, da quarta para a terceira posição de maior comprador do País”, observa Schahin.

Apesar de ser um mercado atrativo, os países árabes não eram explorados pelos empresários brasileiros devido aos problemas de logística, como falta de linhas aéreas e de navegação, custos de produção e dificuldades com a língua e os costumes. Com a participação do Mapa e da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), a Câmara de Comércio Árabe Brasileira está criando soluções que viabilizam novos acordos comerciais entre os países.

“A presença brasileira era muito incipiente nesse mercado, já que boa parte dos exportadores é formada por pequenas e médias empresas, que enfrentavam grandes dificuldades para acessar o mundo árabe. Com a presença da Câmara de Comércio estamos aproximando compradores e vendedores, através de viagens e intercâmbios e com a participação de feiras internacionais”, comenta Schahin.

Apostando na ampliação das exportações, o Mapa e a Câmara Árabe participam entre os dias 21 e 24 de fevereiro da Gulfood, a principal feira alimentícia que ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O Brasil participa da feira com 12 empresas expositoras. “É um trabalho de formiguinha, unindo interessados, facilitando intercâmbios”, conclui o presidente da Câmara de Comécio.