Fetag-PI) denunciou que 15 trabalhadores rurais morreram na região do cerrado piauiense em decorrência do uso de agrotóxico em plantações de soja
A Federação Estadual dos Trabalhadores em Agricultura (Fetag-PI) denunciou que 15 trabalhadores rurais morreram na região do cerrado piauiense em decorrência do uso de agrotóxico em plantações de soja, segundo levantamento realizado desde o inicio do ano. A Fetag-PI ainda informou que existem mais de 50 trabalhadores, na mesma região, que apresentaram sintomas de intoxicação e problemas respiratórios.
Os municípios de Ribeiro Gonçalves, a 560 quilômetros ao sul de Teresina, e Uruçuí, a 453 quilômetros ao sul de Teresina, onde se concentram as plantações de soja do Estado, são onde se registrou o maior número de mortes e casos de contaminação. Em Uruçuí está instalada uma indústria da multinacional Bunge Alimentos.
A Fetag-PI encaminhou a denúncia de intoxicação por agrotóxico à Delegacia Regional do Trabalho (DRT), que está abrindo procedimento para apurar as denúncias e verificar as condições de trabalho dos agricultores da região.
Os dirigentes da Fetag ainda desconfiam que o trecho do Rio Parnaíba e seus afluentes que banham as duas cidades estejam contaminados. Eles constataram que está havendo a morte de peixes, sem nenhuma outra justificativa ou causa aparente.
Segundo informações do secretário de Política Salarial da Fetag-PI, Anfrísio de Moura Neto, os trabalhadores morreram depois de ficarem com o corpo inchado e sofrerem problemas respiratórios.
Como a lavoura de soja no cerrado é monocultura e plantada em larga escala, a pulverização é feita em aviões ou máquinas agrícolas. “Várias pessoas ficam sujeitas à contaminação, porque espalham o veneno. Tem muita gente contaminada com agrotóxico na região. Falta equipamento de proteção para os trabalhadores”, denunciou Moura Neto.