Lançamento ocorreu em Feira da Associação de Café Especiais.
Foi a primeira região produtora de café do país a receber o selo.
Foi lançado internacionalmente nesta sexta-feira (25), durante a Feira da
Associação Americana de Cafés Especiais, realizada na cidade de Seattle, nos
Estados Unidos, a denominação de origem do café do cerrado mineiro, que
conquistou, este ano, a primeira certificação de origem do café no Brasil,
devido às características somadas ao saber fazer dos produtores. A conquista
deve valorizar ainda mais o produto, principalmente no mercado externo.
A região do cerrado mineiro, que abrange 55 municípios localizados no
Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas, conta com 4.500 produtores de
café. Eles colocam no mercado mais de cinco milhões de sacas de café por ano. O
cerrado mineiro é a primeira região produtora de café no país a receber a
denominação de origem, que é concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade
Industrial (Inpi).
O café que for produzido na região poderá ser vendido como um produto com
indicação geográfica. Isto significa que ele tem garantia de origem, de
procedência, quem comprar terá certeza de que vai receber um café com
determinadas características próprias do clima, do solo e do manejo da
região.
Segundo o superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Juliano
Tarabal, existem seis passos para o produtor conseguir o selo de origem.
Primeiro ele tem que estar na área demarcada dos 55 municípios que abrangem o
cerrado mineiro. O segundo passo é que ele tem que ser cooperado de uma das nove
cooperativas filiadas e preencher um cadastro, com os dados de rastreabilidade.
Outra necessidade é que ele tem que ser produtor da espécie arábica e a lavoura
deve estar no mínimo a 800 metros de altitude.
O quarto passo: é preciso ter um termo de responsabilidade, dizendo que
respeita leis sociais, ambientais e trabalhistas da legislação brasileira. O
café deve, ainda, estar armazenado em um dos armazéns credenciados pela
Federação. E, por último, o produtor tem que enviar uma amostra para uma análise
sensorial.
O selo com a denominação de origem é emitido pela Federação dos Cafeicultores
do Cerrado, que reúne nove cooperativas, sete associações e uma fundação. Ainda
de acordo com o superintendente, o produtor mineiro terá mais garantia. “Assim
como os produtores de vinho, de queijo, de presunto na Europa, que tem as suas
origens preservadas, o produtor do cerrado mineiro também tem essa garantia de
origem e qualidade”, afirmou Juliano Tarabal.
A agricultora Érica Cristina Ruiz, de Patrocínio, conquistou o
selo de denominação de origem. Com o selo, ela ganhou novos mercados e preços
melhores. Segundo ela, a saca do café está sendo vendida para o exterior por R$
510. “Foi muito vantajoso, porque nós estamos levando o nome da nossa fazenda,
da nossa história pra todo o mundo. Um café de qualidade. E hoje estamos
vendendo café para a Coreia e para o Japão. Financeiramente também já deu um
retorno”, contou.