KARLON AREDES A produção menor de grãos no país em 2005, quando comparado aos últimos anos, fez a demanda por maquinário agrícola cair 70%. Segundos dados da Case New Holland (CNH), subsidiária do grupo Fiat produtora de tratores, colheitadeiras e máquinas agrícolas, em 2004 foram negociados em território nacional 5.000 máquinas, número que baixou para 1.500 no ano passado. “A forte retração da produção de grãos, sobretudo soja na região Sul do país, reduziu as exportações e, consequentemente, a demanda por máquinas”, disse o presidente da CNH para a América Latina, Valentino Rizzioli. Segundo ele, a empresa faturou U$S 1 bilhão na América Latina em 2005, 6% menos que em 2004. No Brasil, o faturamento atingiu US$ 500 milhões, praticamente o mesmo patamar de 2004. “Como tivemos aumento de demanda no setor de construção, conseguimos equilíbrio”, completa. Segundo ele, apesar da queda da safra de grãos ter prejudicado os negócios, o aumento de outras safras, como café e cana-de-açúcar, principalmente em São Paulo e Minas Gerais, compensou e serve de alento para este ano, quando ele espera resultados parecidos aos de 2005. A CNH possui três montadoras no Brasil. Uma em Contagem, com capacidade instalada de 5.000 máquinas para construção, uma em Curitiba, capaz de montar 20 mil tratores por ano e 8.000 colheitadeiras, e uma no interior paulista. A fábrica mineira produziu 3.200 máquinas no ano passado, trabalhando em um turno. Para este ano, receberá US$ 15 milhões em investimentos para modernizar e lançar novas linhas. O montante responde por 50% dos aportes a serem aplicados no Brasil. Valentino Rizzioli disse que o mercado brasileiro para o agronegócio é um dos mais promissores do mundo e que só não se desenvolve por causa dos gargalos de infra-estrutura, burocracia, impostos e juros altos. |