27/05/2014 | Café
Demanda por cafés especiais brasileiros continua aquecida Apesar do aumento significativo do preço do café – as cotações do arábica em Nova York já subiram 63,13% este ano, até o fechamento de sexta-feira -, a demanda pelos cafés de maior qualidade, mais caros, não foi afetada, afirma Vanusia Nogueira, diretora-executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, em inglês).
Os cafés especiais sempre têm um prêmio sobre o valor da commodity, mas em tempos de grande alta nas cotações da bolsa, o pagamento adicional pelo café especial diminui, explica Vanusia.
Atualmente, os cafés especiais são comercializados por entre R$ 700 e R$ 1 mil por saca do produto da safra que está sendo colhida (2014/15), ante os cerca de R$ 450 do produto tradicional, afirma Vanusia. Os números representam um “prêmio” de 55,5% e 122,2%, respectivamente, sobre o valor da commodity. No mesmo período do ano passado, o café especial valia de R$ 450 a R$ 500 a saca, quando a commodity era negociada acima de R$ 200.
Para a diretora, a continuidade da procura pelos cafés especiais, mesmo a preços mais elevados, se deve ao fato de os compradores estarem com receio de não encontrar oferta suficiente do produto. A valorização significativa da cotação do café deriva da seca e das altas temperaturas registradas este ano e que devem provocar quebra na safra do Brasil, o maior produtor mundial do grão.
Embora tenham ocorrido problemas climáticos e existam dúvidas em relação ao volume colhido e ao tamanho da peneira dos grãos, Vanusia diz que o mercado está otimista em relação à qualidade dos grãos desta safra. Segundo ela, a seca “estressa” mais a planta e, por consequência, a qualidade pode ser beneficiada com mais açúcar nos grãos, por exemplo.
Vanusia também destaca que o café especial brasileiro continua ganhando espaço no mercado internacional, especialmente nos Estados Unidos. “O mercado está nos aceitando cada vez mais”, afirma.
Em contrapartida, ainda faltam recursos para a realização de campanhas de marketing, observa a diretora-executiva da BSCA. “É um trabalho de médio e longo prazos”, afirma Vanusia.
Nesta frente, a BSCA e outros representantes da cadeia produtiva do café deverão delinear um trabalho de “branding” (gestão de marca) para o café brasileiro – ou seja, quais serão os principais focos do Brasil, enquanto importante país produtor de café, para promover seu produto no mundo.
Deverá ser selecionada uma consultoria para desenvolver o projeto de “branding” e marketing. Nesse sentido, foi assinado convênio com a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). O trabalho que seria feito apenas pela BSCA em sua proposta original, vai incluir outros elos do setor e deverá ser finalizado até o fim do ano, estima a executiva da BSCA.
Fonte: Carine Ferreira, do Valor Economico
27/05/2014 | Café
Apesar do aumento significativo do preço do café – as cotações do arábica em Nova York já subiram 63,13% este ano, até o fechamento de sexta-feira -, a demanda pelos cafés de maior qualidade, mais caros, não foi afetada, afirma Vanusia Nogueira, diretora-executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, em inglês).
Os cafés especiais sempre têm um prêmio sobre o valor da commodity, mas em tempos de grande alta nas cotações da bolsa, o pagamento adicional pelo café especial diminui, explica Vanusia.
Atualmente, os cafés especiais são comercializados por entre R$ 700 e R$ 1 mil por saca do produto da safra que está sendo colhida (2014/15), ante os cerca de R$ 450 do produto tradicional, afirma Vanusia. Os números representam um “prêmio” de 55,5% e 122,2%, respectivamente, sobre o valor da commodity. No mesmo período do ano passado, o café especial valia de R$ 450 a R$ 500 a saca, quando a commodity era negociada acima de R$ 200.
Para a diretora, a continuidade da procura pelos cafés especiais, mesmo a preços mais elevados, se deve ao fato de os compradores estarem com receio de não encontrar oferta suficiente do produto. A valorização significativa da cotação do café deriva da seca e das altas temperaturas registradas este ano e que devem provocar quebra na safra do Brasil, o maior produtor mundial do grão.
Embora tenham ocorrido problemas climáticos e existam dúvidas em relação ao volume colhido e ao tamanho da peneira dos grãos, Vanusia diz que o mercado está otimista em relação à qualidade dos grãos desta safra. Segundo ela, a seca “estressa” mais a planta e, por consequência, a qualidade pode ser beneficiada com mais açúcar nos grãos, por exemplo.
Vanusia também destaca que o café especial brasileiro continua ganhando espaço no mercado internacional, especialmente nos Estados Unidos. “O mercado está nos aceitando cada vez mais”, afirma.
Em contrapartida, ainda faltam recursos para a realização de campanhas de marketing, observa a diretora-executiva da BSCA. “É um trabalho de médio e longo prazos”, afirma Vanusia.
Nesta frente, a BSCA e outros representantes da cadeia produtiva do café deverão delinear um trabalho de “branding” (gestão de marca) para o café brasileiro – ou seja, quais serão os principais focos do Brasil, enquanto importante país produtor de café, para promover seu produto no mundo.
Deverá ser selecionada uma consultoria para desenvolver o projeto de “branding” e marketing. Nesse sentido, foi assinado convênio com a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). O trabalho que seria feito apenas pela BSCA em sua proposta original, vai incluir outros elos do setor e deverá ser finalizado até o fim do ano, estima a executiva da BSCA.
Fonte: Carine Ferreira, do Valor Economico