O presidente da Tristão Comércio Exterior, Sérgio Tristão, acredita que a demanda mundial por café nos próximos 5 anos deve crescer em cerca de 10 milhões de sacas de 60 kg. Ele estima que o consumo global em 2005 tenha sido de 120 milhões de sacas. “Considerando a taxa média de crescimento do consumo em cerca de 1,5% ao ano, em cinco anos vamos precisar de mais 10 milhões de sacas”, diz. Tristão participa, nesta 6a. feira (20/1), do 1º Seminário de Café de Minas Gerais, em Varginha, no sul de Minas.
Segundo ele, essa projeção de médio prazo considera o ritmo de crescimento das economias da Ásia e Rússia. Para Tristão, o Brasil, maior produtor mundial do grão, tem importante papel, pois outros países produtores, como Vietnã, Índia e Colômbia, têm pouco potencial de crescimento da produção e de competitividade. “O Brasil pode muito bem suprir essa demanda, se não for total, em pelo menos cerca de 7 milhões de sacas”, projeta.
Mas faz uma ressalva, “se não houver fomento, ou seja, preços favoráveis aos produtores, pode-se estar começando a criar um problema de oferta já para o período 2007/08”. Tristão admite que não esperava que os fundos de investimento pudessem entrar forte no mercado de commodities neste primeiro semestre, tomando grande volume de posições no mercado futuro, em setores como café, açúcar, petróleo e derivados. “Tanto melhor, é sinal que a tendência é positiva para esses setores”, diz.
A Tristão fechou acordo com a Sepetiba Tecon, terminal de contêineres da CSN, pelo qual vai ser a primeira exportadora de café a utilizar inédito sistema de embarque. O projeto inclui armazéns e equipamentos portuários, nunca operados no Brasil. A inauguração deve ocorrer entre o fim de fevereiro e início de março.
[ Ag. Estado ]