Degustador de café já chegou a provar mais de 3.500 xícaras em um único dia

Por: Rede Social do Café

Priscila Tieppo e Carlos Eduardo Cherem
Do UOL, em São Paulo e Belo Horizonte


Francisco Donizete Cruz já chegou a experimentar mais de 3.500 xícaras de café num único dia, no auge da colheita em Minas Gerais. Degustador de café há 33 anos, ele é gerente de qualidade da cooperativa Cooxupé, em Guaxupé (MG).


Cabe a ele verificar as condições do café que chega das fazendas dos produtores associados à cooperativa, e avaliar as características da bebida preparada com o grão torrado e moído – dizer se é suave, forte, ácida, doce, etc.


“São mais de 40 tipos de café, fora os gourmets”, afirma Cruz.


Os degustadores não engolem o café que experimentam, que é cuspido num recipiente antes que eles passem para outra xícara. Mesmo assim, parte da bebida é absorvida pelo organismo, através do contato com a boca e a língua.


No pico da safra, entre julho e setembro, a cooperativa mineira, considerada a maior do país ligada ao café, recebe diariamente de 60 mil a 70 mil sacas de produto de seus associados.


O número de sacas dos lotes enviados pelos produtores varia. Mas a equipe de degustadores da cooperativa experimenta amostras de cada lote trazido.
Classificação depende do paladar


O trabalho realizado pelos degustadores é importante para cooperativas, torrefadoras -empresas que compram, torram e moem os grãos para vender no mercado- e exportadoras. É através das verificações que eles fazem nos grãos que se sabe quanto vale o café.


“Só com essa análise é possível separar os cafés de acordo com os padrões de qualidade internacionais”, diz o degustador.


A primeira parte da análise é visual, feita com os grãos crus, logo que chegam à cooperativa. Cruz afirma que, “só de olhar”, já sabe se o café tomou chuva, se caiu no chão, se fermentou, e, assim, pode separar lotes bons dos ruins e dar o preço para as sacas.


Depois disso, vem a parte da degustação da bebida, que é quando o café receberá uma classificação para venda e exportação.


Uma amostra de cada lote é torrada e moída, e com ela se prepara a bebida, que é colocada em xícaras especiais para a prova dos degustadores. De cada lote, eles chegam a experimentar até sete xícaras, que ficam em mesas redondas de tampo giratório, para facilitar o processo.


Com uma colher parecida com uma pequena concha de cozinha, o degustador leva uma porção da bebida à boca e a suga com bastante força. Ao fazer isso, inspira o ar junto, fazendo um som característico, semelhante a um assobio.


O café é assim levado para o fundo da boca, para o profissional conseguir sentir a totalidade de seus aromas e paladar.


Às vezes, é preciso experimentar maior número de xícaras para saber com precisão como classificar cada lote.
Degustador deve evitar alimentos picantes e álcool


“O degustador de café precisa ter uma vida regrada: não pode comer alimentos picantes ou ácidos e deve evitar bebidas alcoólicas”, afirma Cruz.


Mesmo degustando café como profissão, Francisco Cruz não dispensa o café por prazer. “Tomo bastante, umas cinco xícaras por dia. Quando estou em viagem sempre quero provar os cafés que tem na região. Sou louco por café”, afirma.
Campeão de degustação vai representar o país na Austrália


Com a experiência de quem procura e prova cafés de qualidade desde a adolescência, o empresário Edimilson Batista Generoso, de Varginha (MG), é o atual campeão nacional de degustadores. Há duas semanas, ele venceu 17 concorrentes no 6º Campeonato Brasileiro de ‘Cup Tasters’ (provadores), durante a Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte.


Os degustadores passavam por várias baterias de provas, nas quais havia sempre três xícaras contendo café. Duas apresentavam a mesma bebida, e o provador tinha que identificar a xícara com o café diferente.


Generoso errou pouco, e acabou vencendo a competição. Em maio do ano que vem, ele vai representar o Brasil no campeonato mundial da categoria, na Austrália.
Vencedor de concurso toma 15 xícaras de café por dia


O campeão é dono da torrefadora Alicerce, juntamente com os irmãos mais velhos Edivaldo e Elias. “Aprendi tudo que sei com eles, que me ensinaram a degustar e identificar os produtos”, diz.


Ele afirma que, para fechar negócios para sua empresa, acompanha o processamento do café após a colheita, analisa o grão verde e o aroma no momento da torrefação. “Mas a verificação final para saber a qualidade do café é mesmo com a degustação. Não tem jeito”.


Generoso diz que toma pouco café em casa, mas, na empresa, chega a beber 15 xícaras por dia, na maioria das vezes, com clientes. “O café me ajuda em tudo. Dá mais energia, penso mais rápido. É o meu estimulante”, afirma.

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Degustador de café já chegou a provar mais de 3.500 xícaras em um único dia

24 de setembro de 2013 | Sem comentários Barista Consumo


Priscila Tieppo e Carlos Eduardo Cherem
Do UOL, em São Paulo e Belo Horizonte












Degustadores de café usam o paladar para classificar grãos6 fotos





Os degustadores de café avaliam a qualidade dos grãos e as características da bebida que estes podem produzir. A atuação dos profissionais é importante para os negócios com o produto, pois eles indicam o quanto vale cada lote de café. Na foto, xícaras especiais usadas por degustadores em provas de café. Conheça mais sobre a atividade clicando nas fotos acima Hugo Cordeiro/UOL

Francisco Donizete Cruz já chegou a experimentar mais de 3.500 xícaras de café num único dia, no auge da colheita em Minas Gerais. Degustador de café há 33 anos, ele é gerente de qualidade da cooperativa Cooxupé, em Guaxupé (MG).


Cabe a ele verificar as condições do café que chega das fazendas dos produtores associados à cooperativa, e avaliar as características da bebida preparada com o grão torrado e moído – dizer se é suave, forte, ácida, doce, etc.


“São mais de 40 tipos de café, fora os gourmets”, afirma Cruz.


Os degustadores não engolem o café que experimentam, que é cuspido num recipiente antes que eles passem para outra xícara. Mesmo assim, parte da bebida é absorvida pelo organismo, através do contato com a boca e a língua.




Concurso de degustação de cafés


No pico da safra, entre julho e setembro, a cooperativa mineira, considerada a maior do país ligada ao café, recebe diariamente de 60 mil a 70 mil sacas de produto de seus associados.


O número de sacas dos lotes enviados pelos produtores varia. Mas a equipe de degustadores da cooperativa experimenta amostras de cada lote trazido.


Classificação depende do paladar


O trabalho realizado pelos degustadores é importante para cooperativas, torrefadoras -empresas que compram, torram e moem os grãos para vender no mercado- e exportadoras. É através das verificações que eles fazem nos grãos que se sabe quanto vale o café.


“Só com essa análise é possível separar os cafés de acordo com os padrões de qualidade internacionais”, diz o degustador.


A primeira parte da análise é visual, feita com os grãos crus, logo que chegam à cooperativa. Cruz afirma que, “só de olhar”, já sabe se o café tomou chuva, se caiu no chão, se fermentou, e, assim, pode separar lotes bons dos ruins e dar o preço para as sacas.








Conheça alguns mitos e verdades sobre café18 fotos





Café desidrata. PARCIALMENTE VERDADE: a cafeína reduz a produção de hormônios antidiuréticos, levando a um aumento da produção de urina, o que poderia levar à desidratação. “Porém seu consumo moderado não altera os níveis de hidratação nem de eletrólitos excretados pela urina”, afirma Tatiane Muniz de Oliveira, nutricionista do Hospital Israelita Albert Einstein

Depois disso, vem a parte da degustação da bebida, que é quando o café receberá uma classificação para venda e exportação.


Uma amostra de cada lote é torrada e moída, e com ela se prepara a bebida, que é colocada em xícaras especiais para a prova dos degustadores. De cada lote, eles chegam a experimentar até sete xícaras, que ficam em mesas redondas de tampo giratório, para facilitar o processo.


Com uma colher parecida com uma pequena concha de cozinha, o degustador leva uma porção da bebida à boca e a suga com bastante força. Ao fazer isso, inspira o ar junto, fazendo um som característico, semelhante a um assobio.


O café é assim levado para o fundo da boca, para o profissional conseguir sentir a totalidade de seus aromas e paladar.


Às vezes, é preciso experimentar maior número de xícaras para saber com precisão como classificar cada lote.


Degustador deve evitar alimentos picantes e álcool


“O degustador de café precisa ter uma vida regrada: não pode comer alimentos picantes ou ácidos e deve evitar bebidas alcoólicas”, afirma Cruz.


Mesmo degustando café como profissão, Francisco Cruz não dispensa o café por prazer. “Tomo bastante, umas cinco xícaras por dia. Quando estou em viagem sempre quero provar os cafés que tem na região. Sou louco por café”, afirma.


Campeão de degustação vai representar o país na Austrália


Com a experiência de quem procura e prova cafés de qualidade desde a adolescência, o empresário Edimilson Batista Generoso, de Varginha (MG), é o atual campeão nacional de degustadores. Há duas semanas, ele venceu 17 concorrentes no 6º Campeonato Brasileiro de ‘Cup Tasters’ (provadores), durante a Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte.


Os degustadores passavam por várias baterias de provas, nas quais havia sempre três xícaras contendo café. Duas apresentavam a mesma bebida, e o provador tinha que identificar a xícara com o café diferente.


Generoso errou pouco, e acabou vencendo a competição. Em maio do ano que vem, ele vai representar o Brasil no campeonato mundial da categoria, na Austrália.


Vencedor de concurso toma 15 xícaras de café por dia


O campeão é dono da torrefadora Alicerce, juntamente com os irmãos mais velhos Edivaldo e Elias. “Aprendi tudo que sei com eles, que me ensinaram a degustar e identificar os produtos”, diz.


Ele afirma que, para fechar negócios para sua empresa, acompanha o processamento do café após a colheita, analisa o grão verde e o aroma no momento da torrefação. “Mas a verificação final para saber a qualidade do café é mesmo com a degustação. Não tem jeito”.


Generoso diz que toma pouco café em casa, mas, na empresa, chega a beber 15 xícaras por dia, na maioria das vezes, com clientes. “O café me ajuda em tudo. Dá mais energia, penso mais rápido. É o meu estimulante”, afirma.








Conheça o plantio de café com mogno em Minas Gerais7 fotos





Minas Gerais é pioneira nas lavouras de café com mogno africano (árvores mais altas); com o plantio duplo, os custos de produção são reduzidos já que ambas aproveitam as aplicações dos mesmos insumos como a adubação

 

Montesanto Tavares/Divulgação

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.