Produtores de São Jerônimo da Serra e Congonhinhas venceram o certame. Eles têm garantida aquisição do lote por R$ 2,2 mil a saca.
Londrina – PR | 20/11/2020 Produtores de São Jerônimo da Serra e Congonhinhas venceram o certame. Eles têm garantida aquisição do lote por R$ 2,2 mil a saca. Para comparação, o mercado físico, praça de Londrina, paga ao redor de R$ 500 a saca de um produto de boa qualidade.
Os produtores Juarez Colatino de Barros, de São Jerônimo da Serra, e Shigue Kuwano Sera, de Congonhinhas, venceram o concurso Café Qualidade Paraná 2020. Eles superaram mais de 300 cafeicultores que participaram desta 18ª edição do concurso. Foram finalistas 99 lotes.
O encerramento do certame aconteceu na tarde desta quinta-feira (19), em solenidade online transmitida pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná). “Este concurso é um movimento de valorização dos atributos do café do Paraná”, afirmou o secretário de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara.
CATEGORIAS – O produtor Juarez Barros venceu na categoria cereja descascado e Shigue Sera competiu com um lote de café natural. Também chamada de via úmida, o café cereja descascado tem retirada a polpa do fruto maduro antes da secagem, com o objetivo de deixar o produto por menos tempo no terreiro. Já no processamento natural, ou via seca, os grãos são secados inteiros.
“Os lotes deste ano alcançaram notas maiores que em edições passadas do concurso”, destacou o engenheiro-agrônomo Romeu Gair, da comissão julgadora.
Os campeões têm garantida a aquisição de seu lote pelo valor de R$ 2,2 mil a saca, 216% superior à cotação registrada na quarta-feira (18) na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). Para comparação, o mercado físico de café, praça de Londrina, paga ao redor de R$ 500 a saca de um produto de boa qualidade.
“Esta é uma oferta da organização do certame, mas todos os finalistas ficam livres para comercializar seus lotes, e podem, inclusive, obter ofertas melhores de cafeterias e comerciantes de cafés especiais”, explica o economista Paulo Sérgio Franzini, que coordena a realização do concurso.
Os cafeicultores classificados até o quinto lugar também recebem ofertas de compra pela comissão organizadora — R$ 1,8 mil (vice-campeão), R$ 1,5 (terceiro lugar), R$ 1,3 mil (quarto) e R$ 1,2 mil para o quinto finalista.
REGULAMENTO – O concurso é aberto a produtores de todas as regiões produtoras do Paraná, que podem concorrer com lotes de um a cinco sacas de 60 quilos. Mais de 300 cafeicultores concorreram este ano e após as seletivas regionais, 99 lotes seguiram para a prova final, realizada no Centro de Qualidade do Café do IDR-Paraná, em Londrina, no final do mês passado.
Utilizando a metodologia SCA (sigla em inglês para Associação de Cafés Especiais) uma comissão de provadores experientes avaliou os lotes nos quesitos aroma, doçura, acidez, corpo, sabor, gosto remanescente e balanço da bebida para selecionar os cinco melhores de cada categoria. A escala de pontuação vai até 100.
SAFRA – É uma safra de peneira baixa, porque a estiagem que houve entre os meses de março e maio afetou o enchimento dos frutos, explica o economista Paulo Sérgio Franzini, do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná. “A falta de chuvas também reduziu em cerca de 15% o potencial de produção”, ele acrescenta.
Mas o lado bom, segundo Franzini, é a boa qualidade de bebida, já que praticamente não houve chuvas durante o período de colheita.
PARANÁ – O Estado tem 38 mil hectares cultivados com café, sendo 35,5 mil ocupados com lavouras em plena produção. A apuração da safra 2020 está praticamente finalizada, e a estimativa é que sejam colhidas 943 mil sacas de café beneficiado no Estado. A maior parte das lavouras paranaenses tem em média oito hectares e é conduzida por pequenos produtores familiares.
FINALISTAS – Confira abaixo os cinco primeiros colocados em cada uma das categorias do concurso. Todos os 99 cafeicultores que chegaram à etapa final podem ser conhecidos AQUI.
Cereja descascado
1º Juarez Colatino de Barros (São Jerônimo da Serra) – nota 88,41
2º Ricardo Batista dos Santos (Congonhinhas) – nota 87,56
3º Pablo Ribeiro dos Santos (Congonhinhas) – nota 87,31
4º Aldenice da Silva Soares (São Jerônimo da Serra) – nota 86,75
5º Ageu Luiz Teodoro (São Jerônimo da Serra) – nota 86,66
Café Natural
1º Shigue Kuwano Sera (Congonhinhas) – nota 87,66
2º Jonas Aparecido da Silva (Pinhalão) – nota 87,56
3º Maristela Fátima da Silva Souza (Tomazina) – nota 87,25
4º Solange Aparecida de Araújo (Apucarana) – nota 86,88
5º Lúcia Aparecida Pedro Diniz (Tomazina) – nota 86,66
REALIZAÇÃO – O concurso Café Qualidade Paraná fica a cargo da Câmara Setorial do Café do Paraná, Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura e Abastecimento e IDR-Paraná, com apoio da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), cooperativas e associações de cafeicultores do Estado.
Este ano a edição do certame teve o patrocínio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Federação de Agricultura do Paraná (Faep), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep), Grupo Dois Irmãos, Integrada Cooperativa Agroindustrial, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi) e Sistema Ocepar.