Terminou sem conclusão a reunião da comissão especial que examina a gestão do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Os participantes da audiência não chegaram a propostas para a criação de políticas públicas ao setor.
O representante da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics) Mauro Malta criticou a política governamental de cobrança de altos impostos dos exportadores de café e a falta de intervenção na tarifação internacional do produto.
Para citar um exemplo, Malta lembrou que o café colombiano é comercializado na União Européia sem tarifação. O brasileiro, no entanto, continuou, é taxado em 9%, o que eleva o preço do produto e prejudica o País.
Custos
O relator da comissão, deputado Carlos Melles (PFL-MG), concordou com a necessidade de se desenvolver políticas mais concretas como foi pedido por todos os debatedores. Melles também questionou a eficácia do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) e do Funcafé, já que a produção brasileira de café custa de 1,5 mil a 2 mil (de R$ 3,1 mil a R$ 4,1 mil) por hectare, enquanto o custo de outros produtos brasileiros gira em torno de 400 dólares (R$ 828) por hectare.
Carlos Melles quis saber ainda qual setor entre os representantes da cadeia produtiva de café está lucrando desde o fim da década de 80, quando o Instituto Brasileiro de Café (IBC) foi extinto e o mercado passou a ser livre.
Estoques reguladores
Outro assunto abordado durante a audiência foi a necessidade ou não da manutenção de estoques reguladores de café pelo governo e a existência de uma política de preço mínimo da saca de café. Todos esses temas serão debatidos ao longo dos trabalhos da comissão, que devem ir até junho.
Reportagem – Adriana Resende
Edição – Noéli Nobre
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