Londrina – A terrível geada de 1975, que provocou consequências dramáticas no campo, não teve um impacto tão forte sobre o Edifício América. Como a produção paranaense caiu a zero, os preços subiram. Os corretores de Londrina foram buscar o produto escasso em outros estados, menos afetados pela geada. E até lucraram.
O café foi a principal cultura paranaense até a geada negra. Em 1962, o estado chegou ao pico de 21,3 milhões de sacas de 60 quilos, 58% do total colhido no país. Hoje, o estado é apenas o quarto produtor nacional, atrás de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. Nesta safra, sairão das lavouras paranaenses cerca de 2,23 milhões de sacas, 5% das 45 milhões de sacas previstas para o país, o maior produtor mundial.
Nas últimas décadas, a comercialização do café – produto que pode ser guardado por até 20 anos – atravessou três fases. Em 1970, se reestruturou, por causa da geada. Em 90, readequou-se ao livre comércio, após a extinção do Instituto Brasileiro do Café (IBC), que engessava o setor e estipulava até cotas de exportação. A partir de 2000, adaptou-se ao comércio eletrônico, balizado pela Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o que limitou a circulação física do produto.
Também houve uma mudança estrutural na exportação. Até os anos 80, toda a produção paranaense exportada, e boa parte da brasileira, era embarcada em Paranaguá. Com a transformação do porto paranaense em terminal de grãos, a exportação migrou para Santos (SP) e Vitória (ES).
(VD) |