A paranaense Corol amplia eixo de atuação e aposta na carne bovina, com o apoio de empresa americana
Grãos, fruticultura, rações, café e produção de açúcar e álcool. Para uma cooperativa tão diversificada como a Corol, situada em Rolândia, no Paraná, só faltava mesmo investir no mercado de carnes. Agora não falta mais. Concretizando um sonho antigo, a empresa criou uma joint venture com a empresa norte-americana GPG – Global Protein Group, para viabilizar o Projeto Carnes Corol, que em sua primeira fase aportará 40 milhões de dólares no setor bovino. O interesse pela atividade surgiu porque, dentre os mais de 7.400 associados que a cooperativa possui, muitos deles são pecuaristas. Outro impulso foi a aceitação mundial que a carne brasileira adquiriu, fortalecendo a opção de estimular as vendas externas. “Possuímos boa matéria-prima e tecnologia, mas não conhecíamos o mercado. Por isso surgiu a necessidade da ação conjunta com um grupo estrangeiro”, diz Eliseu de Paula, presidente da Corol. Seleção A GPG foi escolhida depois de uma prospecção internacional que durou dois anos. “O que pesou foi a experiência de mais de 100 anos em criação de gado e confinamento da empresa”, afirma Eliseu. A nova companhia chamará Corol Beef, cujo controle acionário será dividido igualmente entre as organizações parceiras. A produção inicial está estimada em 500 cabeças por dia, volume que deve saltar para duas mil em três anos. A Corol, que faturou 250 milhões de dólares no ano passado, será responsável por garantir a qualidade da produção e a GPG cuidará da distribuição. Foco Com a construção da nova indústria, o objetivo é verticalizar e agregar valor à produção, que será formada por uma linha de prontos e pré-prontos, tais como embutidos e hambúrgueres. Os mercados almejados são o europeu e o asiático, com destaque para o Oriente Médio, onde irão ofertar carne kosher (tipo específico consumido pelos judeus). “Temos consciência de que a aceitação é difícil, mas estamos confiantes na penetração que a GPG já possui nestes locais”, relata Eliseu. O conceito de “boi verde”, que permite rastrear a origem do animal, norteará a produção dos 500 pecuaristas que aderiram ao projeto. José Antônio Fontes, de Londrina, PR, é um deles. Cooperado há mais de dez anos, Fontes acredita que o projeto consolidará o padrão de qualidade e a regularidade com que produz. “Além disso, o programa nos incentiva porque os subprodutos do animal serão aproveitados e receberemos um valor diferenciado se a produção estiver de acordo com as exigências do mercado”, conta ele. A indústria deve entrar em funcionamento em abril de 2007. |