Da Bahia para o mundo

Por: ANBA / AGÊNCIA MEIOS

Da Bahia para o mundo







Divulgação AIBA
Café irrigado na Bahia garante mais sacas por hectare que a média brasileira
Café irrigado na Bahia garante mais sacas por hectare que a média brasileira

São Paulo – Há seis anos, o agrônomo Carlos André Ruete Ayusso, 42 anos, saiu de Itapira, no interior de São Paulo, para investir em café irrigado na Bahia. Escolheu a promissora cidade de Luiz Eduardo Magalhães, no Oeste do estado e um das mais novas fronteiras agrícolas do Brasil. O café já era uma cultura tradicional para a família de Ayusso. “Começou com os meus avós, 70 anos atrás”, lembra o cafeicultor.


“Aceitei o desafio da mudança para uma terra nova, com todas as suas dificuldades e suas oportunidades para continuar plantando café, porém fazendo isso melhor, com toda a tecnologia necessária para uma lavoura irrigada”, afirma. “O cultivo de café irrigado aqui na Bahia é igual aos lugares mais modernos do mundo”, orgulha-se o cafeicultor. “Tudo o que eu aprendi em agronomia posso aplicar aqui, na prática”, completa.


Ayusso mantém uma área de 200 hectares de café arábica, da variedade Catuaí, e já se prepara para aumentar o plantio em 100 hectares, ainda em 2007. A produtividade do cafezal da Fazenda Santa Maria é de 55 sacas por hectare, enquanto a média nacional fica em 19 sacas por hectare. A produtividade é realmente superior, porém o investimento anual em manutenção da infra-estrutura é alto, cerca de R$ 8 mil por hectare.


O café produzido na Fazenda Santa Maria já é consumido nos Estados Unidos, Itália, Alemanha e Japão, por meio de tradings instaladas na região. Ayusso mantém 16 empregados fixos e contrata cerca de 100 pessoas na época da colheita, que é 60% mecanizada.


Pedras no caminho


De acordo com o cafeicultor, nos últimos dois anos os investimentos na região foram bastante reduzidos, principalmente em função da crise enfrentada pelo agronegócio. Segundo ele, hoje as maiores dificuldades enfrentadas pelos cafeicultores não são diferentes dos produtores de outras culturas, e estão relacionados principalmente ao fato da carga tributária de modo geral, que incide sobre energia, combustíveis e insumos, ser muito alta. “É bem difícil manter uma propriedade que demanda altos custos de manutenção, como o café irrigado, com tantos impostos”, diz.


Uma das soluções para minimizar as dificuldades foi a união dos produtores em cooperativas e associações. Ayusso faz parte de um grupo responsável pela criação da Bahia Coffe, uma associação cujo principal objetivo é estabelecer um padrão de qualidade do café produzido na região. “Assim que for devidamente registrada, a primeira providência da associação será a certificação das propriedades para podermos garantir a produção de um café com origem, com controles de qualidade ainda mais rígidos”, explica. “Em grupo também vamos conseguir melhores preços na compra de insumos e alcançar o mercado externo diretamente”, explica. (Claudia Abreu, Débora Rubin e Geovana Pagel)


Fonte: http://www.anba.com.br/especial_retranca.php?id_especial=336&id=260 Acessado em 26 de janeiro 2007

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