Bebida fina ganha o mundo e remunera melhor o produtor do grão brasileiro | |
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Por WILLIAN MARQUES – Foto MANOEL SERAFIM Após a colheita, os grãos devem ser selecionados e separados conforme o grau de maturação O Brasil ocupa a posição de maior produtor e exportador mundial de café. Minas Gerais responde por 51% da produção nacional. O negócio movimenta, anualmente, cerca de US$ 60 bilhões de dólares em todo o mundo. Para firmar sua posição mo mercado internacional e avançar novas fronteiras, são necessários investimentos constantes na melhoria de qualidade do produto. Esta é uma das preocupações da Expocaccer, com sede em Patrocínio e que responde por 55 municípios produtores do café do cerrado. A expectativa é que, no futuro, a mesma qualidade do grão que vai para o mercado externo, conquiste também o consumidor local. “O grão do café do cerrado é, tecnicamente falando, o melhor do Brasil. Não sou eu quem está dizendo, mas o próprio mercado atesta isso”, diz o gerente comercial da Expocaccer, André Gomes Peres. Segundo ele, para se conseguir uma boa qualidade do grão é necessária a observação de vários fatores desde o cultivo da planta e, principalmente, na fase do pós-colheita. “É possível conseguir um café de qualidade superior, em terras fracas, desde que sejam adotadas ações corretas de adubação, escolha da planta e bom desempenho no período de seca do grão (pós-colheita). Da mesma forma, só o fato da lavoura ocupar terras de elevado padrão não é suficiente para garantir uma bebida fina”, disse. Muito tem sido feito para aumentar a quantidade de café produzido no Brasil com padrão elevado de qualidade. Todos os anos, vários concursos premiam os melhores grãos e pagam por eles valores muito acima dos de mercado. Dentre os concursos, um dos mais famosos é o Prêmio Brasil de Qualidade do Café para Expresso. O concurso, promovido anualmente pela torrefadora italiana illycaffè, está em sua 16ª edição e vai distribuir mais de US$ 100 mil aos 50 finalistas. “Para incentivar os produtores a investir em na melhoria da qualidade do café aqui na região, a Expocaccer promove regularmente cursos voltados aos seus associados”, disse André Gomes Peres. Caminhos Para se conseguir um café gourmet ou de qualidade superior, uma série de fatores devem ser observados. O fundamental é adotar técnicas eficazes no pós-colheita, partindo da seca do grão. Para isso, a seleção do café colhido é fundamental. São necessárias a boa lavagem e a separação dos grãos cereja (maduro), do verde e da bóia (passado e escuro), pois, em cada um dos casos, o tempo de secagem é diferenciado. Feito isso, o produtor deve ter ainda, cuidado com a uniformidade da secagem. É preciso que os grãos sejam revirados para secar por igual e evitar o excesso de umidade, principalmente quando em contato direto com o solo. Depois disso, vem a fase de descanso, que dura em média 20 dias e permite a uniformização do produto “Tomando os cuidados necessários, certamente, o produtor conseguirá um café de qualidade e muito bem-aceito no mercado internacional. Sobre o mercado brasileiro, a cultura vem mudando muito e, aos poucos, estamos percebendo que o café fino vem ganhando espaço. Já temos, principalmente nas capitais, algumas lojas servindo o bebida fina e, até mesmo comercialmente, o café de qualidade superior já está sendo negociado”, concluiu o gerente comercial da Expocaccer, André Gomes Peres. Torrefadora italiana lança o Prêmio Brasil para Expresso De 19 de junho a 21 de setembro, a illycaffè receberá amostras para o 16º Prêmio Brasil de Qualidade do Café para Espresso. O concurso, promovido anualmente pela torrefadora italiana illycaffè, vai distribuir mais de US$ 100 mil aos 50 finalistas, além de premiar também os classificadores que tiverem mais amostras aprovadas. Para participar do prêmio, são aceitos os grãos da espécie Coffea arábica, preparado por via seca (café natural) ou por via úmida (cereja descascado ou despolpado). Além disso, os grãos devem atender às seguintes especificações: café tipo 3 para melhor (com no máximo 12 defeitos), peneiras 16 ou acima, e vazamento máximo de 2%. O teor de umidade aceitável é de, no máximo, 11%. A seleção para a escolha dos melhores cafés será feita por meio de testes com raios infravermelhos, equipamento de ultravioleta, mapadora de classificação do grão quanto ao aspecto, seca, cor, tipo, teor de umidade, torração e qualidade da bebida com degustação para expresso. As amostras inscritas no concurso devem conter 1.500 g de café e serem enviadas com a ficha de inscrição, devidamente preenchida e assinada pelo produtor, juntamente com o nome do classificador. Serão aceitos lotes de no mínimo 100 e máximo de 600 sacas com as indicações acima. O total de mais de US$ 100 mil da premiação será dividido em US$ 30 mil para o primeiro colocado, US$ 20 mil para o segundo, US$ 10 mil para o terceiro, US$ 5 mil para o quarto, US$ 3 mil para o quinto e US$ 1 mil do sexto ao décimo colocado. Demais ganhadores, ou seja, do 11º ao 50º recebem US$ 700. Classificadores também são premiados pela illy, recebendo: US$ 3 mil para o primeiro lugar, US$ 2 mil para o vice-campeão e US$ 1 mil para o terceiro colocado. Os interessados devem enviar o material até 21 de setembro diretamente ao Porto de Santos Comércio e Exportação, rua do Comércio, 55 – 9º andar – CEP. 11010-141 – Santos, São Paulo, ou aos armazéns credenciados: Leme, em São Paulo, e São Sebastião do Paraíso, no Sul de Minas. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (13) 3219.2780 ou pelo e-mail portosantos@portosantos.com.br |
Fonte: http://www.jornalcorreio.com.br/v2/canal.aspx?id=9&data=