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No Brasil, o desenvolvimento da cultura confunde-se com a própria história do País, que por adaptação e mesmo por vocação, chegou a marcar época devido a sua grande importância econômica e social (o “Ciclo do Café”). Coelho Neto, escritor brasileiro escreveu que “a história do Brasil foi escrita com tinta de café”, tamanha foi a importância da cultura para o desenvolvimento do País, misturando-se inclusive com a sua própria história política e econômica.
1857: Elevação dos preços internacionais devido a recuperação da economia européia e redução da oferta de Fonte: http://www.fazendaambiental.com.br/cafes/historia2.htm
1820: Somente a partir desse ano o Brasil passou a ser considerado exportador de café, através de exportações contínuas do produto, vindo das regiões do Vale do Paraíba-SP, de Araxá-MG e de Goiás.
1845: O Brasil produzia 45% do café do mundo.
café brasileiro, pois as lavouras sofriam grande ataque pelo inseto praga “bicho mineiro” e pela limitação de mão-de-obra escrava (lei Eusébio de Queiroz). Nessa época os preços tiveram uma elevação de 50%, o que causou grande expansão da produção nos anos seguintes.
1865: Os preços caíram em função da diminuição das exportações para os Estados Unidos da América, que enfrentavam a Guerra de Secessão.
1872: Safras menores no Brasil e América Central e o aumento da demanda mundial elevaram os preços do café.
1875 a 1885: Nesses 10 anos o aumento dos volumes exportados compensou os baixos preços.
1886: A ocorrência de geadas no Brasil elevaram os preços do café no mercado por dois anos.
1906: O mercado sofre grande intervenção do governo. Essa foi a primeira grande intervenção, motivada pelos preços baixos do café que mal cobriam os custos da colheita. O estoque já era grande em 1902 e a expectativa de grande colheita para 1906, com cerca de 17 milhões de sacas, quando o consumo mundial era de apenas 20 milhões, provocaram baixa nos preços. Nessa época os cafeicultores já enfrentavam dificuldades financeiras e com a expectativa de preços baixos o governo interviu em socorro aos produtores.
Essa intervenção ocorreu no dia 26 de fevereiro de 1906, quando reunidos em Taubaté-SP os governantes de São Paulo e Minas Gerais assinaram o “Convênio de Taubaté”, para amparo à cafeicultura. Nesse acordo comprou-se grande parte da safra 1906/7, fixou-se a taxa de exportação em três francos e o preço mínimo do café tipo 7, para pagar os bancos estrangeiros que emprestaram dinheiro para a compra da safra. Também proibiu-se o plantio de novas lavouras de café para elevação do preço do produto.
1918: Grande geada reduziu a produção brasileira causando elevação de preços.
1932: Queima de estoques devido a superprodução. Os estoques chegaram a 33,5 milhões de sacas e até 1944 foram incineradas mais de 78 milhões de sacas. Houve ainda proibição de novos plantios de café.
1939 a 1945: A segunda guerra mundial prejudicou o comércio de café, causando queda nos preços internacionais do produto.
1945/54: Melhoria dos preços após a segunda guerra, incentivando novos plantios.
1955: Superprodução, de 22 milhões de sacas.
1962/67: Erradicação de 2 bilhões de covas. Em 1964, a retenção de estoques chegou a 48 milhões de sacas, como tentativa de elevação dos preços que se encontravam baixos.
1969: Forte geada no Paraná, que destruiu cerca de 80% da safra seguinte, causando elevação dos preços.
1970: Plano de renovação e revigoramento de cafezais lançado pelo Governo Federal, com grande financiamento, estimulando principalmente os Estados do centro-sul, particularmente Minas Gerais (regiões Sul de Minas e Triângulo e Alto Paranaíba), a aumentarem significativamente seu parque cafeeiro.
1977: Preços altos devido a forte geada em 1975 (que dizimou a cafeicultura no sul do País, com maiores efeitos no Paraná) e a ocorrência da doença fúngica “ferrugem alaranjada do cafeeiro”, que foi se agravando desde a sua introdução no Brasil em 1970. Nessa época os preços do café tiveram seus valores mais altos da história, quando atingiram cerca de 400 dólares por saca beneficiada de 60 kg.
1979/81: Ocorrência de geadas em São Paulo e Minas Gerais.
1986: Grande elevação dos preços, em consequência do longo período de deficiência hídrica (seca) e do depauperamento dos cafeeiros no centro-sul do Brasil. Com o aumento do preço as cláusulas do Acordo Internacional do Café deixaram de funcionar, passando a operar o mercado livre no exterior, resultando em queda do preço, após curto período de elevação.
1987: Renovação do Acordo Internacional do Café e apesar dos preços em baixa, houve tendência de estabilização, sendo contingenciados entre 120 e 140 cents de dólar por libra peso.
1989: Término do Acordo Internacional do café.
1991/93: Período de preços baixos, chegando a 60 cents de dólar por libra peso (valor da saca de 60 kg chegando a menos de 40 dólares em determinados períodos). Houve considerável abandono e erradicação de lavouras por parte dos cafeicultores do centro-sul do Brasil (substituição por pastagens e outras opções de diversificação, como a fruticultura, em algumas regiões) e o semi-abandono das lavouras por grande parte daqueles que permaneceram na atividade, com significativa redução nos tratos culturais, em particular a aplicação de adubos e corretivos e o controle de pragas e de doenças.
1994: Ocorrência de duas geadas (junho e julho) que atingiram grandes áreas produtoras no Brasil. Praticamente todo o Estado do Paraná, grande parte do Estado de São Paulo e faixas consideráveis do Sul de Minas Gerais tiveram suas lavouras seriamente comprometidas pelos danos causados. Houve ainda longo período de deficiência hídrica após a ocorrência das geadas, retardando ainda mais a recuperação das lavouras. Os preços do café sofreram altas históricas nas cotações internacionais (245 cents de dólar por libra peso), chegando a superar 200 dólares por saca de 60 kg.
1995: Grande redução da produção brasileira (cerca de 12 milhões de sacas), em consequência das geadas em 1994. O preço sofre ligeira queda, estabilizando entre 150 e 180 dólares por saca de 60 kg, em razão dos compradores internacionais (Estados Unidos e Europa, principalmente) operarem com estoques mínimos, forçando o preço para baixo. O nível dos estoques proporcionalmente ao nível do consumo atingiu a posição mais desfavorável dos últimos anos, sinalizando para o risco de uma grave escassez de café.
1996: Os preços se mantêm próximos de 150 dólares por saca de 60 kg e a safra prevista para o Brasil é de 22 a 23 milhões de sacas, ainda insuficiente para atender ao consumo normal de 26 milhões de sacas, considerando-se a demanda para as exportações e o mercado interno. O Governo Federal cria o Conselho Deliberativo de Política Cafeeira (CDPC), constituído por doze membros, dos quais seis representam o governo e seis o setor privado: CNC (02), CNA (01), FEBEC (01), ABIC (01) e ABICS (01). A partir de então, toda a política cafeeira no País passa a ser definida pelo CDPC.