Crise financeira afeta produtores de café de Uganda
A maioria dos produtores ugandenses de café vendem os seus grãos de forma secundária, entregando primeiro sua mercadoria a negociantes intermediários, que compram o produto e o exportam para o mercado internacional.
A falta de conhecimento por parte dos produtores, em relação aos preços e, principalmente, em relação à crise financeira mundial, poderá fazer com que eles recebam menos pelo quilo do café.
De acordo com Nestor Osorio, diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC), a crise financeira mundial está tendo um efeito direto sobre as commodities em geral, incluindo o café.
A OIC é um órgão intergovernamental, situada em Londres, que possui como filiados os países importadores e exportadores de café. Segundo Osorio, a atual crise financeira parece estar tendo uma maior repercussão sobre o mercado de café, especialmente tendo em vista a restrição ao crédito e a falta de liquidez.
\”As restrições também afetam os produtores, que são obrigados a reduzirem seus custos, resultando com isso, em uma possível redução na oferta de café em médio prazo\”, afirmou a OIC em um comunicado recente.
Afirmações como esta, contradizem um relatório divulgado em setembro pela Uganda Coffee Development Authority (UCDA), constatando que a contínua queda dos preços do café no mercado mundial freou as atividades no mercado interno.
O relatório afirma que os produtores, especialmente nas zonas sudoeste e Masaka, que desfrutavam de bons preços do café, devido à sua qualidade, retiraram-se do mercado.
Embora o relatório não aponte, as exportações no mês de setembro foram menores que no mês de agosto. Em setembro o país exportou 212.846 sacas de 60 kg, aumento de 19% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Já em termos de receita, houve um aumento de 46% em relação a setembro de 2007, resultando em um valor de aproximadamente US$ 35,2 milhões.
O aumento da receita favoreceu principalmente o robusta, que teve alta de 27% em seu volume, devido a melhores práticas agrárias e ao clima favorável.
\”O levantamento para determinar os estoques de café está em andamento, mas relatórios preliminares mostram que produtores e comerciantes ainda possuem um estoque relativamente grande, principalmente, devido ao pequeno atraso na evolução dos preços\”, segundo o relatório.
Embora a colheita do café esteja lentamente ganhando ímpeto, a previsão do tempo indica que a precipitação é desfavorável para a maturação, para a colheita e para os processos de secagem do grão.
As informações partem de agências internacionais, conforme noticiou o Café e Mercado.