prevê 52 milhões de toneladas na
temporada. Em 2004/05, segundo a Conab, foram 51
milhões
A crise de
liquidez que golpeou os produtores brasileiros de grãos neste ano mudou o mapa
das vendas de fertilizantes no país. Com a queda da demanda voltada às lavouras
de soja e milho, as principais culturas perenes do país (café, cana e laranja)
ganharam destaque, e Estados que concentram essas lavouras registraram inclusive
aumento da comercialização de adubos.
No total, de acordo com a
Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), as entregas de fertilizantes
ao consumidor final alcançaram 13,075 milhões de toneladas de janeiro a setembro
deste ano, 17,7% menos que em igual intervalo do ano passado. E, para o
acumulado deste ano, a expectativa da entidade é de uma baixa da demanda
nacional superior a 10%.
Entre os Estados produtores de grãos, a maior
queda até setembro foi em Goiás (36%), mas houve recuos acima de 30% também no
Rio Grande do Sul (32,9%) e Mato Grosso do Sul (32%). Em apenas quatro Estados
houve aumento das vendas nos primeiros nove meses de 2005 – Minas Gerais (5,9%),
Pernambuco (3,6%), São Paulo (2,8%) e Alagoas (2%).
Entre os quatro, o
café é forte em Minas e São Paulo e a cana se destaca entre paulistas – que
também concentram a produção de laranja do país – e nordestinos. “Com a crise
dos grãos, de fato tivemos uma mudança da geografia do consumo. Essa mudança
aparece também na divisão das vendas por nutrientes”, afirma Eduardo Daher,
diretor-executivo da Anda.
Os número da entidade mostram que, de janeiro
a setembro, a queda das vendas de nutrientes derivados de fosfato, mais
dependentes do mercado de grãos, chegou a 24,3% em relação ao mesmo período do
ano passado, enquanto a redução, no caso do nitrogênio (muito utilizado nas
culturas perenes) chegou a 14%.
Ainda no segmento de grãos, a redução do
uso de tecnologia – fertilizantes principalmente – nas lavouras de soja será, ao
lado da estimada redução da área plantada, primordial para a já prevista queda
de produtividade na safra 2005/06. Os dois fatores decorrem da crise de liquidez
dos produtores. Inicialmente a colheita foi estimada em mais de 60 milhões de
toneladas, mas hoje as estimativas apontam para volume inferior.
Antonio
Sartori, da corretora Brasoja, por exemplo, prevê 52 milhões de toneladas na
temporada. Em 2004/05, segundo a Conab, foram 51
milhões