JUSCELINO SOUZA
VITÓRIA DA CONQUISTA (DA SUCURSAL SUDOESTE) – As fortes chuvas registradas em todo o Sudoeste baiano amenizaram as queixas dos cafeicultores, mas a crise ainda persiste e o assunto será o ponto de partida para “A cafeicultura dos próximos anos”, tema principal do 7º Simpósio Nacional do Agronegócio Café (Agrocafé).
Nesse evento, cuja abertura acontece hoje, os segmentos da “cadeia café” – formada pela produção, torrefação e exportação – estarão presentes para, juntos, debaterem o atual momento da cafeicultura em todo o País. Até sexta-feira, palestrantes, técnicos, produtores, lideranças políticas e representantes governamentais devem apontar as perspectivas futuras desse agronegócio.
A realização do evento é da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), Cooperativa Mista Agropecuária Conquistense (Coopmac) e Secretaria Estadual de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri).
Esta é a primeira vez que o evento acontece no interior. Os demais foram realizados em Salvador. Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), Eduardo Salles, chegou a vez de interiorizar o Agrocafé, privilegiando a maior região produtora de café do Norte e Nordeste.
Salles acredita que o encontro da “cadeia do café” na região vai valorizar ainda mais a cafeicultura, “que muito tem se destacado pela produtividade e qualidade”.
ESTIAGEM – A falta de chuvas regulares entre outubro do ano passado até o final de fevereiro deste ano deixou marcas nas lavouras de café do oeste ao sudoeste baianos. A maioria das plantações tiveram perdas de até 50% e o quadro se agravou mês passado, quando ocorre a granação (formação dos grãos).
Sem água suficiente para estimular a formação, até as plantações irrigadas não resistiram e as perdas em alguns municípios chegaram a mais de 20%. Em Vitória da Conquista a perda média nas lavouras chegou a 30% e assustou até os mais experientes, como o produtor de café e engenheiro agrônomo Giano Brito.