Crianças da 4.° ano da Escola Carlitos, de São Paulo vistaram fazenda de café no dia do a café

Do cafezal ao cafezinho 

Julia Contier

Cafeína e Poderosa. Esses foram os nomes dados para as duas equipes que disputaram conhecimento sobre o café, durante a visita à fazenda Santo Antônio da Bela Vista, em Itu, São Paulo, no Dia Nacional do Café, 24 de maio. Vamos ver quem ganhou a competição?

Antes da largada, os alunos do 4.° ano da Escola Carlitos, de São Paulo, tomaram café, com direito a pão de queijo e bolinho de chuva, e assistiram a um vídeo que contava um pouco sobre a história dessa bebida que faz tanto sucesso no Brasil.

As duas equipes seguiram para o viveiro, lugar onde ficam 6 mil mudas de pé de café, e as perguntas começaram: “por que essas mudas estão aqui?”, “elas vão substituir os pés mais velhos?”, “são mesmo 6 mil mudas que ficam aqui?”.

“São aproximadamente 6 mil mudas que ficam no viveiro e elas substituem as mais velhas porque produzem uma quantidade muito maior de grãos”, explicam os monitores. A visita continuou com muita cantoria e fotos, até todos chegarem à plantação.

Hora da diversão

Quando começa a época da colheita, período entre maio e setembro, alguns frutos são retirados dos galhos com a ajuda dos trabalhadores das fazendas. Os mais maduros caem no chão. Eles são recolhidos e peneirados para que sujeiras, como pedras, folhas e grãos de terra sejam retiradas, processo chamado de abanação.

É nessa hora que as crianças mais se divertem: “Quando a gente joga os frutos para o alto cai tudo na gente e muitos vão pro chão também”, diz Sofia Wieselberg, de 9 anos.

O seu colega João Loureiro, de 8 anos, achou a peneira muito pesada: “Eu tomei um banho com os frutos do café e as folhas continuaram na peneira, mas eu achei bem legal”. O Seu Cido, funcionário da fazenda, explicou para as crianças que é preciso muito treino para separar os frutos das folhas com sucesso.

Logo após recolher todos os frutos da plantação, é preciso deixá-los secar no sol no terreiro. Novamente, as crianças podem trabalhar como os bóias-frias (como esses trabalhadores ainda são chamados na fazenda) e esparramar os frutos no lugar da pré-secagem.

Antônia Castro Belgado, de 9 anos, e Tamara Shavitt, também de 9, que nunca tinham ido a uma fazenda de café, adoraram o programa: “Tudo é muito legal, porque é diferente do que a gente faz em São Paulo. Gostei muito de espalhar o café no terreiro e aprendi que existem dois tipos de fruto, o vermelho e o verde”, diz Antônia.

Depois de fazer a pré-secagem, os frutos passam por algumas máquinas e despertam a curiosidade dos meninos. “Essas máquinas torram os frutos e eles viram grãos -depois de moídos, está pronto o pó”, explica a proprietária e engenheira agrônoma Maria Isabel, a Bebel.

Quem gosta de café?

Apesar de não gostar muito de café, Vitória Lacerda, de 8 anos, adorou visitar a fazenda e conta que aprendeu muita coisa: “Aprendi que tem a muda do café, quando ela cresce começa a dar frutos, depois temos que colher, secar e as máquinas tiram a casca, depois torramos e é só tomar”.

Antônia também não gosta muito de café e conta que só tomou uma vez no réveillon para ficar acordada.

Depois do passeio, Bebel fez uma série de perguntas aos visitantes. A equipe que mais acertasse nas respostas ganharia a competição. A pergunta “Qual é o país que mais exporta de café?” teve disputa para a resposta “Brasil”. A equipe vencedora foi a Cafeína, mas todos levaram uma muda de café para casa.

(SERVIÇO) Fazenda Santo Antônio da Bela Vista. Rodovia do Açúcar – Itu – SP / Contatos: (11) 4023-1335 ou (11) 9944-0940

Passo-a-passo

1. As sementes de café são cuidadas em viveiros até se tornarem mudas. Cerca de 6 mil mudas ficam no viveiro da fazenda. Depois de dois ou três anos, entre as folhas verdes, surgem flores brancas e começa daí o nascimento do fruto.

2. Chega a época da colheita, de maio a setembro, quando alguns frutos maduros começam a cair no chão. Outros frutos são desprendidos dos galhos com a ajuda dos trabalhadores das fazendas, chamados de bóias-frias .

3. Os frutos são recolhidos e peneirados para que sujeiras, como pedras, folhas e grãos de terra sejam retiradas. Essa foi a parte eleita como a mais divertida do passeio.

4. Os frutos maduros, em sua maior parte cor de cereja, são espalhados no terreiro. O sol seca esses grãos e eles escurecem.

5. Já secos, os frutos são descascados nas máquinas. Selecionados por tamanho e tipo, os grãos são ensacados e armazenados. Depois são comercializados para indústrias nacionais e de outros países.

6. Para se transformar em bebida, os grãos são colocados no torrador. Em uma temperatura de até 250°C, a fornalha aquece o ar para torrar o café. Os grãos que antes eram verdes se tornam marrons.

7. No moinho, os grãos torrados são transformados em café moído. O café moído vai para os depósitos, onde é empacotado e está pronto para ser levado ao consumidor.

8. O segredo de um café saboroso é a qualidade da seleção dos grãos e o correto ponto de torrefação. Para prepará-lo, esquente a água filtrada sem deixá-la ferver. Coloque pó de café e despeje no coador e pronto.

Exposição Bule Magia

O Sesc Interlagos comemora o Dia Nacional do Café com a mostra Bule Magia. A exposição, que fica em cartaz no Hall de Exposição da unidade até o dia 22 de julho, traz um panorama sobre o tema café.

São painéis explicativos, fotos, quadros e conteúdo sobre tópicos diversos relacionados ao tema: desde sua história, origens, características e até composições gastronômicas com o grão.

(SERVIÇO)Sesc Interlagos – Avenida Manoel Alves Soares, 1.100, Parque Colonial. De quarta a domingo (incluindo feriados), das 10 às 17 horas, até o dia 22 de julho. Ingressos: R$ 1,50 a R$ 6,00. Informações pelos telefones 5662-9500 e 0800118220. Site: www.sescsp.org.br