Nível já elevado de emissão de poluentes poderá quadruplicar nos próximos 15 anos, segundo autoridades chinesas
O já grave problema de poluição da China poderá se agravar nos próximos anos, caso a economia continue crescendo em ritmo acelerado, consumindo mais energia e aumentando o número de veículos em circulação. Segundo Zhang Lijun, vice-ministro da agência estatal de proteção ambiental, se nada for feito, o nível de poluição quadruplicará em 15 anos. “A China não tem sido capaz de resistir a essa carga de poluentes”, afirma Lijun.
O país já é o segundo maior consumidor mundial de petróleo e também o vice-líder na geração de eletricidade, segundo o americano The Wall Street Journal. “Este ritmo de crescimento traz grandes implicações ambientais e econômicas”, afirma John Beale, da agência de proteção ambiental dos Estados Unidos.
A China está crescendo tão rápido que seus níveis de poluição já se tornaram um problema internacional. Até 2025, o país poderá desbancar os americanos do posto de poluidor mundial. As emissões de dióxido de enxofre, por exemplo, devem crescer 15% neste ano, alcançando 26 milhões de toneladas. O composto é um dos principais poluentes do ar e grande responsável pela chuva ácida. Cerca de metade desse volume é lançado pelas usinas termelétricas à base de carvão.
Muitas iniciativas oficiais de conter a poluição falharam pela relutância do governo chinês em controlar projetos que possam comprometer o crescimento econômico. Segundo Beale, da agência americana, porém, os Estados Unidos e a União Européia mostram que é possível reduzir a poluição sem prejudicar a economia. Desde 1970, o PIB americano praticamente triplicou, mas as emissões de poluentes atmosféricos caíram 54%. Já na Europa, houve queda de 93% na geração de dióxido de enxofre desde 1980.