6/02/2013
Crescimento de 2,7% na safra de café pode não se confirmar no ES
Estimativa da Conab indica que safra de café 2013 deve apresentar crescimento com 12.836 milhões de sacas, mas especialistas capixabas avaliam que o resultado pode ser diferente do previsto
15h51
A primeira estimativa da produção de café para a safra 2013, divulgada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), indica que o Espírito Santo terá um crescimento de 2,67% na colheita deste ano em relação ao ano passado, com uma produção de 12.836 milhões de sacas. Do total geral estipulado pela pesquisa, 9.522 milhões de sacas do tipo conilon e 3.314 milhões serão de café arábica. Em comparação à safra de 2012, a primeira qualidade deve apresentar um decréscimo de 2% e a segunda um acréscimo de 18,82% na produção.
Apesar da previsão, produtores avaliam que a safra poderá apresentar resultado menor que o esperado por conta do período de estiagem que se estendeu do final do ano passado até janeiro deste ano. “Essas pesquisas anuais são realizadas de maneira criteriosa, porém a coleta de dados para essa primeira estimativa foi feita em um período de precipitações, em novembro do ano passado. O período de seca nos pegou de surpresa e arrisco dizer que chegaremos a um decréscimo na produção, em vez de acréscimo”, declara o presidente da Comissão Técnica de Café da Faes – Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo, José Umbelino de Castro.
Segundo dados do Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural), os meses de novembro a janeiro são normalmente de bastante chuva, o que não ocorreu este ano. Para as plantações de café, as chuvas de verão são essenciais para a qualidade do produto, que nesse período acaba de sair da fase de flora e fertilização para iniciar o enchimento dos grãos.
Em Jaguaré, produtores rurais chegaram a perder até 30% da safra por conta da forte seca. “Mesmo com todo nosso cuidado com a lavoura e uso de novas tecnologias não conseguimos vencer a falta de água. Em meus 90 hectares de área plantada o que foi perdido não pode ser recuperado. O que posso fazer é cuidar do solo castigado e esperar que o próximo ano seja melhor para a plantação”, afirma o cafeicultor Inácio Briorchi.