Apesar de a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimar uma produção de 40,43 a 43,58 milhões de sacas, para a safra de 2006/2007, o sócio proprietário do Escritório Carvalhaes , Eduardo Carvalhaes Júnior, acredita que os números divulgados pela Conab indicam uma situação “apertada” entre oferta e demanda de café. “O Brasil exporta em média […]
Apesar de a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimar uma produção
de 40,43 a 43,58 milhões de sacas, para a safra de 2006/2007, o sócio
proprietário do Escritório Carvalhaes , Eduardo Carvalhaes Júnior, acredita que
os números divulgados pela Conab indicam uma situação “apertada” entre oferta e
demanda de café. “O Brasil exporta em média 25 milhões de sacas de café por ano
e consome mais 15 milhões, portanto nós temos uma necessidade de produzir 40
milhões de sacas por ano. Com a produção de 2005/06, de 32,94 milhões de sacas
estimadas pela Conab, nós teremos de recorrer aos nossos estoques para
atendermos nossa necessidade.”
Apesar disso, esses valores chegam a ser
de 22,7% a 32,3% mais altos, que os 32,94 milhões de sacas colhidos no ano safra
2005/2006. No entanto, Carvalhaes explica que, embora as 43,58 milhões de sacas
sejam suficientes para atender a demanda, na safra de 2007/2008, que será baixa,
o Brasil não terá estoque para abastecer o déficit. “Não podemos esquecer que
tanto o consumo nacional, quanto o mundial de cafés é crescente”, disse o
executivo. O consumo mundial cresce 1,5% ao ano, enquanto o nacional cresce
9%.
Para o sócio diretor da torrefadora Café do Centro, do Grupo Branco
Peres, Rafael Branco Peres, existe uma tendência de alta no preço do café. “Eu
acredito que o preço do café continuará em ascensão. Esses números poderão
causar uma desaceleração nessa alta.”
Quanto aos fornecedores de café, o
executivo explica que, em caso de alta, os preços não serão repassados
imediatamente para o consumidor. “Nós seguimos o mercado. É difícil repassar
esses preços de forma imediata. O consumidor demora mais tempo para absorver as
informações de mercado, do que pessoas do setor.”
A pesquisa de campo da
Conab foi realizada entre os dias 7 a 30 de novembro, por 258 técnicos da
empresa e de órgãos conveniados nesse trabalho. Os dados apurados nos principais
estados produtores, como São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Rio de
Janeiro, Bahia e Rondônia, foram complementados com informações do Geosafras,
que utiliza técnica baseada em geotecnologia (pesquisa por satélite).