O Banco do Brasil alcançou em 2005 a marca dos 12.145 contratos de hedging (proteção) contra a variação dos preços de produtos agrícolas. Isso significa crescimento de 21% sobre os 10.045 contratos assinados em 2004, mas ainda representa muito pouco na carteira de 1,5 milhão de clientes (ou R$ 30 bilhões) do banco. Esses volumes de 12.045 contratos de hedging protegem apenas R$ 400 milhões dessa carteira. Para comparar, 92% dos valores negociados na Bolsa de Chicago são hedgiados.
Em 2003, o BB firmou 8.356 contratos de proteção ou derivativos agrícolas. Quando o banco começou a oferecer esse serviço, há 5 anos, fechou 2.164 contratos. A meta do BB é chegar aos 50 mil contratos em 2009. Apesar da evolução, ainda é muito pequeno o universo dos clientes do banco que contratam proteção contra a variação dos preços agrícolas, diz Rogério Pio Teixeira, gerente da diretoria de agronegócios do BB.
Segundo Ricardo Conceição, vice-presidente de agronegócios do BB, o banco está intensificando o treinamento de funcionários, em parceria com a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), para oferecer operações de hedging pela internet no segundo semestre deste ano. Conceição quer acabar com a cultura “equivocada” de que o hedging é considerado uma operação cara. Ele afirma que o custo compensa. O BB cobra 0,3% do valor protegido nos contratos futuros. Para os contratos de opções, o prêmio varia de 3% a 7%.
O gerente de agronegócios do banco, Marcio Montella, informa que o BB oferece duas linhas de crédito para derivativos agrícolas. A primeira, com base no Funcafé (fundo da cafeicultura), cobra cerca de 13% ao ano (TJLP mais 4%). Neste caso, o dinheiro que não é usado fica em um fundo cuja remuneração é maior que o custo desse crédito. A segunda linha, para todas as outras commodities (com liquidez e negociadas na BM&F), cobra aproximadamente 18% ao ano (TR mais 16%). Montella ressalta que esse custo é menor que a variação do CDI (19%).
A soja, principal produto agrícola de exportação do país, domina as operações de hedging em Chicago, e tem aumentado sua participação também na BM&F, segundo o BB. Teixeira afirma que as operações de proteção deste produto também têm crescido na BM&F. O outro destaque é o milho.
“Quando o produtor colhe e estoca, quer aproveitar o melhor momento para vender sua mercadoria. No mercado futuro é o mesmo raciocínio porque o objetivo é explorar as melhores oportunidades. Proteger-se contra as variações de preços é planejar”, argumenta Montella