Cresce o interesse de fundos por derivativos agropecuários

28 de outubro de 2010 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

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28/10/2010 
  
Ernani Fagundes | DCI

SÃO PAULO – O mercado de derivativos de commodities da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), segmento da BM&F Bovespa, registrou recorde de 29.508 contratos negociados entre futuros e opções, alcançando a marca de R$ 991,9 milhões em negócios na última terça-feira (26), data de vencimento de contratos.


\”Os fundos de investimento aportaram no mercado de derivativos agrícolas por causa da rentabilidade expressiva dessas mercadorias\”, apontou o operador da mesa da Hencorp Commcor Corretora, Rogério Santana, especializado nesse mercado.


De acordo com ele, os investidores estrangeiros perceberam que as commodities podem ser uma boa opção no cenário atual de estagnação da economia mundial. \”O café arábica, que estava em cerca de US$ 150 no início do ano, fechou hoje [ontem] em US$ 235\”, citou Santana, ao apontar a rentabilidade de 56% em dólares no período.


Apenas para comparar este bom momento do mercado futuro, o recorde anterior de negociações era de setembro de 2007, com a negociação de 27.376 contratos, outra época de \”febre das commodities\”, um ano antes da eclosão da crise mundial de 2008.


Santana explicou que, além dos fundos de investimento, os produtores e exportadores estão movimento o mercado futuro. \”A principal vantagem para o produtor de café, soja, milho, açúcar, etanol ou boi gordo é poder vender a sua safra com um ano de antecedência e garantir os bons preços do momento\”, detalhou o operador de commodities.


De acordo com ele, os produtores estão aproveitando a oportunidade dos preços e comercializando entre 30% e 40% de sua respectiva safra. \”O ajuste de preço é feito diariamente, e no vencimento futuro o produtor entrega a mercadoria ao comprador\”, explicou Santana sobre o contrato de entrega futura.


No pregão histórico, o mercado de boi gordo também registrou recorde com 23.613 contratos negociados. Deste volume, R$ 827,59 milhões em contratos futuros; R$ 2,2 milhões em opções de compra e apenas R$ 4 mil em opções de venda. A marca anterior era de 20.665 contratos e foi atingida em junho de 2008. Em seguida, foram registrados 3.302 contratos futuros de café arábica no valor de R$ 133,16 milhões e 20 contratos de opções de compra no valor de R$ 12,26 mil.


O milho foi a terceira mercadoria mais negociada, com 1.462 contratos futuros no valor de R$ 16,94 milhões e outros 423 contratos de opções de venda no valor de R$ 36,66 mil.


A soja proporcionou 301 contratos futuros no valor de R$ 6,39 milhões e outros 219 contratos de opções no valor de R$ 72,8 mil.


\”Um contrato inteiro de 100 sacas de café de 60 quilos equivale a cerca de US$ 23,15 mil. Isso exige uma margem de garantia de cerca de R$ 2,85 mil por contrato\”, exemplificou Santana.


\”A garantia é calculada de acordo com a maior oscilação na negociação diária, e, como o próprio nome diz, dá proteção a toda a operação ao longo da duração do contrato\”, explicou o operador.


Segundo a BM&F, a margem de garantia dada pelo vendedor pode ser em feita com depósito em dinheiro, carta de fiança ou títulos públicos ou privados, dentre outros ativos aceitos pela Bolsa, exigido para garantir cada operação com a finalidade de cobrir o risco de oscilação de preço de dois ajustes diários, ou outro critério estabelecido, que é devolvido ao cliente quando a operação é liquidada.


\”Se houver quebra de safra ou falta de boi gordo no vencimento, o vendedor terá que zerar o restante da operação financeiramente na Bolsa\”, alerta o operador Rogério Santana.


A BM&F orienta o cliente comprador de contrato futuro a retirar a mercadoria nos armazéns credenciados após a emissão de três documentos: o Aviso de Entrega, a Carta de Faturamento para Exportação caso a mercadoria seja destinada para o exterior, e de posse de cópia da nota fiscal.


A mercadoria estará disponível no armazém credenciado até o 21° dia útil de emissão do Aviso de Entrega. Após esse período, o cliente comprador assumirá todas as responsabilidades pelas despesas ou perdas que decorram da falta de retirada do produto adquirido.


Os lotes de cada contrato são: 270 sacas de 50 quilos para açúcar; 100 sacas de 60 quilos para café arábica; 27 toneladas métricas para soja equivalente a 450 sacas de 60 quilos; 330 arrobas de boi gordo; 30 mil metros cúbicos de etanol; e 27 toneladas métricas de milho equivalente a 450 sacas de 60 quilos por contrato.


Próximos vencimentos

Os contratos de café arábica têm vencimento nos meses de março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro e novembro. Os contratos de boi gordo têm vencimento todos os meses. As próximas datas para liquidações de operações na BM&F são dia 29 de outubro para contratos futuros de boi gordo e para o etanol com entrega física e para o etanol de liquidação financeira, sem a entrega física da mercadoria no vencimento. Soja e milho tem datas reservadas para os meses de novembro e dezembro próximos.


O mercado de derivativos de commodities da BM&F Bovespa registrou recorde de 29.508 contratos negociados, entre futuros e opções, alcançando a marca de R$ 991,9 milhões em negócios na terça-feira, data de vencimento de contratos. O recorde anterior perdurava desde 2007. A corrida dos investidores mostra forte procura, inclusive de fundos de investimento e estrangeiros, por este tipo de aplicação, apostando na alta nas cotações internacionais dos alimentos.


\”Os fundos de investimento aportaram no mercado de derivativos agrícolas graças à rentabilidade expressiva dessas mercadorias\”, apontou o operador da mesa da Hencorp Commcor Corretora, Rogério Santana, especializado nesse mercado.


De acordo com Santana, os investidores estrangeiros perceberam que as commodities podem ser uma boa opção no cenário atual de estagnação da economia mundial. \”O café arábica, que estava em cerca de US$ 150 no início do ano, fechou hoje [ontem] em US$ 235\”, citou Santana, uma alta de 56% em dólar. Santana explicou que, além dos fundos de investimento, os produtores e exportadores estão movimentando o mercado futuro. \”A principal vantagem para o produtor é poder vender a sua safra com um ano de antecedência e garantir os bons preços do momento\”, detalhou o operador.


A tendência dos preços de produtos agrícolas é de alta ainda maior. Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária, a falta de chuva nas principais regiões produtoras tem, como efeito imediato, o aumento dos preços. A alta da carne bovina, por exemplo, fez com que frigoríficos do Mato Grosso do Sul reduzissem em uma semana o prazo dado aos supermercados para pagamento do produto.

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