Bons resultados fazem PrimaSea planejar o aumento da produção
de suplementos minerais orgânicos usados na agricultura e pecuária
O futuro da agropecuária passa pelo fundo do mar e essa ideia está fortalecendo o crescimento da Primasea, uma empresa especializada na mineração marinha. Pesquisas indicam que o uso do biomineral marinho incorporado à adubação de plantas e na forma de suplemento para rações tem influência positiva no desenvolvimento, produtividade e sanidade de plantas e animais. Para atender à crescente demanda por esse insumo de origem orgânica, a PrimaSea – em operação na costa da Bahia – já tem metas arrojadas para crescer de forma significativa nos próximos seis meses.
A matéria-prima naturalmente encontrada no fundo do mar é rica em mais de 40 minerais essenciais à vida, sobretudo o cálcio e o magnésio, e com 96% de biodisponibilidade para plantas e animais. “Isso significa que a nutrição se processa de forma mais rápida e eficaz, independente do sistema de produção”, explica Marcos Zani, Diretor Comercial da empresa. Após ser processado, o biomineral marinho é aplicado ao solo como um fertilizante mineral simples, em complemento à fertilização. Com isso, promove uma série de melhorias nas condições químicas, físicas e biológicas do solo, resultando na elevação de sua fertilidade no momento que a planta mais precisa e aumentando a assimilação dos nutrientes, principalmente o Fósforo. Nas áreas de hortifrútis, café, soja, milho e cana de açúcar, os resultados têm sido importantes, conta Zani, “com melhor desenvolvimento das plantas, acréscimo de produtividade e qualidade dos produtos”.
No segmento animal resultados expressivos em qualidade dos produtos e no estado de saúde dos animais têm sido verificados na bovinocultura de leite e na avicultura de postura, segmentos onde o composto mineral é incorporado como suplemento nutricional às rações. Entre os benefícios aos bovinos está o controle da acidose ruminal, que se dá pela modulação do Ph do rúmen graças à presença do íon carbonato orgânico na composição e na melhoria da imunidade dos animais devido à parcela orgânica do biomineral. Na avicultura de postura, a mistura de pequenas doses a uma tonelada de ração reverte em maior densidade e resistência da casca do ovo. “Como consequência, pode-se atingir uma redução do índice de quebra dos ovos em até 50%”, relata Marcos Zani.
A empresa
A PrimaSea, fornecedora da matéria-prima, atua com sua linha de soluções tanto no mercado agrícola como na nutrição animal. Foi constituída há mais de 10 anos, já tendo investido no negócio mais de R$30 milhões nesse período. Sua jazida – que permite a extração de até 10.000 toneladas/mês – está localizada no litoral da Bahia e, para acessá-la, a empresa possui uma embarcação especialmente projetada para esta finalidade. Além disso, a Primasea possui uma unidade industrial no polo de Candeias/BA localizada estrategicamente para atender ao mercado brasileiro e para exportar para outros países. Seus produtos podem ser utilizados na produção orgânica (agrícola e animal), graças ao selo IBD.
A matéria-prima
O lithothamnium calcareum pertence ao grupo das algas vermelhas (família Coralineacea). É uma alga de aspecto calcário, pois absorve o carbonato de cálcio e magnésio durante seu ciclo de vida, além de reter elevado índice de elementos minerais do meio marinho e outras substâncias orgânicas nutritivas. Após a morte das algas os fragmentos fossilizados se desprendem e são arrastados pelas correntes até os depósitos sedimentares, de onde são extraídos de forma apropriada. Após o seu processamento industrial, é utilizado para diversas aplicações: agricultura, nutrição animal, recuperação de áreas ambientais, tratamento da água na indústria, além dos segmentos de cosméticos, dietética e farmacêutica. É um produto utilizado em países europeus há mais de 200 anos.