História do café
24/10/2008
Crash em NY aumentou crise do café
A crise da Bolsa de Nova York em 1929 atingiu o Brasil naquilo que o país tinha de mais precioso na época, o café. Os Estados Unidos eram os maiores compradores do produto brasileiro. Os preços já estavam em queda. Passaram a cair ainda mais. Em 30 de outubro, uma semana após o crash em Wall Street, a edição do Diario já trazia o agravamento da “crise do café”, que estava levando “pânico às praças cafeeiras” por conta da queda dos preços na Bolsa de Nova York.
Em agosto, a saca custava duzentos mil réis. Em janeiro de 1930, era vendida por apenas 21 mil réis. Na época, o café era responsável por cerca de 70% das exportações brasileiras. Antes mesmo da quinta-feira negra, os produtores brasileiros já enfrentavam uma série de falências e concordatas. A produção crescia a cada ano. Havia um descontrole na safra, que chegava a 21 milhões de sacas, apenas 1 milhão a menos que todo o consumo mundial. Em 1930, Getúlio Vargas chegou ao poder através do golpe de estado. E teve que lidar com a crise do café.
Para evitar que os preços caíssem ainda mais e evitar a continuidade da superprodução, o governo brasileiro passou a comprar e queimar toneladas de café. Todo o estoque foi incinerado. Cerca de 80 milhões de sacas de 60 quilos. Também foram proibidas novas plantações durante três anos. Somente no final da década de 30 os preços começaram a se recuperar nos mercados internacionais. A crise levou muitos antigos cafeicultores a investir no setor industrial.
– Colaborou Adriana Santos/Cedoc
Diario noticiou os problemas em Wall Street e destacou a repercussão no nosso principal produto
Edição de 30 de outubro falava na descrença dos produtores em empréstimos para bancar as safras