Covid-19 muda demanda para café especial com menor valor nos EUA

Segundo diretor de operações da Ally Coffee, população tem optado por produtos premium de menor pontuação e melhor custo-benefício

18 de novembro de 2020 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: CLEYTON VILARINO/GLOBO RURAL

O impacto socioeconômico da pandemia da Covid-19, com perda de renda e maior isolamento social, é um fenômeno global e não foi diferente nos Estados Unidos. Segundo o diretor de operações da Ally Coffee, Ricardo Pereira, os consumidores americanos de cafés especiais têm migrado o seu consumo de torras de maior pontuação para opções mais acessíveis e de maior custo-benefício, situadas entre 83 e 87 pontos.

“Aqui o pessoal focava muito em cafés de alta qualidade, altíssima qualidade até antes da pandemia. São cafés de valor agregado maior, de 88, 89, 90 pontos – e esse café diminuiu um pouco a demanda porque ele custa um pouco mais”, revelou o executivo durante apresentação sobre perspectivas para o consumo da bebida durante a Semana Internacional do Café (SIC). Segundo Pereira, os cafés de 83 a 87 pontos tem sido os preferidos por esse público durante a pandemia.

“É um café melhor e com um investimento menor. E isso tem sido uma tendência que temos notado aqui após a pandemia e não vejo uma desaceleração. Esse vai ser o carro forte dessa demanda”, aponta o diretor de operações da Ally Coffee.

A consultora da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), Eliana Relvas, destacou que há movimento semelhante no Brasil. “A gente também percebe que aquele cafezinho que era de indulgência já vai diminuir bastante e isso é uma questão de a gente pensar como vai ser o posicionamento das cafeterias, inclusive localização geográfica”, alertou Relvas, ao destacar as mudanças no hábito de consumo dos brasileiros.

“Em casa você acaba tendo que preparar os cafés e você prefere aqueles que não vão te demandar muito trabalho porque, afinal de contas você está de home office e seu tempo muitas vezes é mais tão ou mais escasso do que era antes”, conclui a consultora da Abics.

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