Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com queda de quase 300 pontos nesta quarta-feira (13), após avançarem por três sessões consecutivas.
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com queda de quase 300 pontos nesta quarta-feira (13), após avançarem por três sessões consecutivas. O mercado sentiu, mais uma vez, a pressão do câmbio, que impacta diretamente nas exportações da commodity pelo Brasil, e o recuo do petróleo. Além disso, informações mais otimistas em relação à safra do Vietnã também ajudaram a pressionar o mercado.
O vencimento maio/16 fechou o pregão cotado a 121,75 cents/lb com queda de 285 pontos, o julho/16 teve 123,60 cents/lb com recuo de 270 pontos. O contrato setembro/16 registrou 125,35 cents/lb com 260 pontos de recuo e o dezembro/16 registrou 127,55 cents/lb com 255 pontos negativos.
Pela manhã, as cotações do arábica na ICE até chegaram a estender os ganhos das últimas sessões. No entanto, o mercado passou a refletir o financeiro. O dólar chegou a subir forte ante o real, apesar de fechar em queda no dia, e o petróleo interrompeu a sequência de alta dos últimos dias. “Logo na abertura, Nova York até esboçou uma alta, mas em seguida sucumbiu ante a forte valorização do real contra o dólar no Brasil e as chuvas no Vietnã, favorecendo lavouras”, afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
A divisa estrangeira fechou a sessão cotada a R$ 3,4795 na venda com queda 0,44% repercutindo o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. “O café é vendido em dólares, mas o Brasil é o maior produtor, o que significa que as flutuações do real em relação ao dólar podem encorajar ou suprimir as exportações para os mercados mundiais, afetando o preço”, reportou ontem a agência de notícias financeiras, Dow Jones Newswires.
Segundo dados divulgados na segunda-feira (11) pelo CeCafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), as exportações de café verde do Brasil em março atingiram 2,696 milhões de sacas de 60 kg, o volume representa uma queda de 4,2% em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, é 3,1% mais alto em relação ao mês de fevereiro, apesar da entressafra. O dólar mais alto em relação ao real dá maior competitividade às exportações.
O Rabobank, um dos principais bancos especializados em commodities do mundo, estimou em seu relatório trimestral, divulgado hoje, que o déficit global de café na safra 2016/17 pode chegar a 700 mil sacas de 60 kg, levando em conta uma produção global de 154 milhões de sacas de arábica e robusta.
Em seu último levantamento, o banco esperava que o mercado tivesse um superávit de 3,7 milhões de sacas. O Rabobank informou que esse déficit nesta temporada se deve, principalmente, a queda na produção do Espírito Santo, que é o maior estado produtor da variedade robusta no Brasil.
Para o banco, a produção do Brasil, que é o maior produtor e exportador de café no mundo, deve ficar em 52,6 milhões de sacas na safra 2016/17, ante 49,2 milhões de sacas. A Colômbia deve ter colheita de 14 milhões de sacas, com um aumento de 300 mil sacas em relação à safra anterior.
» Rabobank estima déficit mundial em 700 mil sacas na safra 2016/17
Mercado interno
Os negócios com café no Brasil seguem lentos e acontecem apenas transações isoladas, segundo analistas. Com o avanço do terminal externo ontem e o fechamento praticamente estável do dólar nesses dois últimos dias, os preços internos até esboçam algumas reações, mas não animam os produtores.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 550,00 a saca e alta de 1,85%. A maior oscilação ocorreu em Guaxupé(MG) com recuo de 2,80% e saca cotada a R$ 521,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 521,00 a saca e recuo de 2,80%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação nas cidades de Espírito Santo do Pinhal(SP) e Araguari (MG) com R$ 500,00 a saca, preço estável na primeira e queda de 1,96% no município mineiro. A maior oscilação no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com recuo de 3,07% e saca cotada a R$ 473,00.
Na terça-feira (12), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 469,64 com queda de 0,25%.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam em baixa nesta quarta-feira, após cinco sessões de alta. O contrato maio/16 registrou US$ 1517,00 por tonelada com queda de US$ 42, o julho/16 teve US$ 1548,00 por tonelada e recuo de US$ 37, enquanto o julho/16 anotou US$ 1564,00 por tonelada e desvalorização de US$ 36.
Na terça-feira (12), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 379,38 com alta de 0,71%.
Fonte: Notícias Agrícolas